O debate sobre a Securitização Agrícola reuniu aproximadamente 600 produtores rurais em audiência pública realizada nesta quarta-feira pela Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). O setor enfrenta uma conjuntura difícil: a seca que persiste desde 2013, a elevação dos custos de produção e insumos e perdas produtivas. Com isso, a renda foi reduzida deixando os produtores cada vez mais endividados.
O presidente da comissão, deputado Fabiano Tolentino (PPS), é solidário à reivindicação do setor. Durante a audiência admitiu que o produtor rural mineiro está enfrentando dificuldades.
- Temos que ir ao governador e, em seguida, a Brasília com o objetivo de lutarmos para pagar as dívidas – afirmou o presidente.
Para o diretor da FAEMG, Breno Mesquita, o grande problema do setor não é o endividamento, mas sim a falta de capacidade do produtor em honrar seus compromissos.
- A seca fez muitos estragos. Questões paleativas já não cabem mais. Ou conseguimos uma solução definitiva ou não chegaremos a lugar algum. Não queremos perdão de dívida, mas justiça para pagá-las e um seguro que nos garanta renda – afirmou.
O superintendete de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, representou o secretário de Agricultura, João Cruz Reis Filho, na audiência. Albanez salientou que um terço da economia mineira é proveniente do agronegócio e que o momento é de ouvir os produtores e buscar soluções para o problema. O ex-ministro de agricultura e produtor rural, Alysson Paulinelli, destacou que faltam políticas públicas para o setor.
- O país tem que se organizar, pois o crédito rural não é suficiente. O Brasil tem excelentes programas de agricultura sustentável que os estrangeiros querem conhecer – afirmou ele.
Representantes de produtores de todas as regiões do estado se manifestaram no plenário. O tom foi o mesmo, com relatos de perdas, apontando a securitização como a única chance de sobrevivência no campo. Gilvan Mesquita, presidente do Sindicato Rural de Três Pontas, por exemplo, apresentou um relatório feito pela Emater/Epamig, que comprova a gravidade da situação agropecuária em sua região.
- Tivemos perdas de mais de 40%. É muito triste ver que o produtor rural não tem dinheiro para custear os estudos de seus filhos. O produtor precisa ter orgulho de ser homem do campo e estamos perdendo isso – lamentou.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema FAEMG