O efeito do clima sobre as safras brasileira e argentina segue no radar do mercado agrícola nesta semana. É esperado algum reflexo no novo relatório de oferta e demanda mundial de grãos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta terça-feira, 9.
A analista de mercado da AgRural Daniele Siqueira relata os temores com as safras sul-americanas sobre o atraso das exportações de soja devido às complicações climáticas.
“Além do plantio complicado ainda continuamos com a colheita atrasada. Isso prejudica o mercado da soja em geral no mundo porque atrasa as nossas exportações. Desde janeiro estamos exportando menos que o normal. Há uma grande quantidade de navios esperando para embarcar, essa soja precisa sair das lavouras para chegar até o nosso exportador. De certo modo, esse atraso já era conhecido no mercado há um bom tempo, contudo desta vez está mais grave do que era de se esperar” – pontua Siqueira.
A analista ainda compara a situação do país vizinho.
“Embora estejamos em um ano de La Niña, a Argentina vem com uma safra muito boa até o fim de fevereiro, mas agora secou e as previsões não estão boas. A safra de soja da Argentina ainda está em período produtivo, precisa de chuva e temperaturas mais amenas e se o clima não melhorar nas próximas semanas a Argentina ainda pode ter prejuízos” – situa a analista.
Daniele ainda fala sobre que o excesso de chuva em algumas regiões do Mato Grosso e do Matopiba podem comprometer a produção desta safra.
“O mais grave é Mato Grosso. Observamos perda de qualidade e alguma preocupação com produtividade em alguns estados do Matopiba e até em Goiás, mas nada comparado a Mato Grosso, especialmente ao leste e norte do estado, que é o maior foco da preocupação neste momento.”, conclui.
Fonte: Canal Rural