MELANCIA

SAFRA DE MELANCIA ESTÁ QUASE NO FINAL NO RS

A produção de melancia está em fase de colheita, mas, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar, estima-se que 80% da área já foi colhida na região Metropolitana do Estado. No RS, os maiores produtores são Rio Pardo e Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo, seguidos de Triunfo e São Jerônimo, na região Metropolitana. Segundo o extensionista, Márcio Miranda Dalbem, a safra encaminha-se para o final, também influenciada pela estiagem e as altas temperaturas verificadas desde o mês de dezembro, que se refletiram na qualidade do fruto.

Dalbem ressalta que algumas frutas apresentam peso abaixo do normal e ainda podem apresentar marcas de queimaduras provocadas pelo sol, comprometendo seu valor perante o mercado. Estima-se que na região Metropolitana a produtividade possa reduzir em 50%, passando de 30 mil kg/ha para 15 mil kg/ha nas lavouras sem irrigação.

O preço médio recebido pelos produtores, no momento, varia de R$ 0,45/kg a R$ 0,50/kg. “Os preços baixos recebidos pelo produtor são consequências do mercado de São Paulo (principal destino das melancias da região) e da baixa qualidade das frutas produzidas nesta safra”, avalia Dalbem.

Em Triunfo, terceiro maior produtor da fruta no Estado, a produção deve chegar a 39 mil toneladas neste ano. Conforme o extensionista da Emater/RS-Ascar em Triunfo, Arnaldo Tiecker, o plantio da melancia é feito em uma área de 1.300 hectares, por 140 produtores rurais, que normalmente conseguem uma produtividade média de 30 toneladas por hectare. Do total produzido, cerca de 60% vai para a Ceasa e o restante é vendido nas propriedades.

As melancias das variedades Geórgia, Topgun, Crimson Sweet, Starbrite e Jubilee são as que melhor se adaptam ao clima local e têm maior aceitação do mercado consumidor e, em virtude disso, são as mais plantadas. O sistema de cultivo mais utilizado é o convencional, em que a terra é preparada e recebe lavração e gradagens entre o período de maio a agosto. Antes de arar a terra, deve ser feita a calagem do solo para que se misture durante o processo de lavração. Com o terreno preparado se faz a sulcagem e os sulcos recebem o adubo. Depois de alguns dias, as sementes ou mudas são colocadas na terra por plantio manual em covas, o que normalmente ocorre no início de setembro.

Tiecker explica que os produtores que têm cultivo a céu aberto e sem cobertura no solo tiveram a produção afetada pelas condições climáticas atípicas, que refletiu diretamente na produtividade.

Na contramão do cultivo convencional, o produtor Lino Ferreira de Campos, também de Triunfo, resolveu apostar no cultivo agroecológico de melancia em 1,7 hectares. Preparou o solo com adubação verde feita com nabo forrageiro, aveia e ervilhaca e consorciou a melancia com feijão, tudo com o apoio da Emater/RS-Ascar. Na colheita do feijão teve bons resultados, conseguindo em torno de 600 quilos de produção total, o que foi muito bom. Agora o produtor aguarda a possibilidade de chuva, antes da colheita da melancia, para analisar os resultados.

Em São Jerônimo a fruta é cultivada em 1.100 hectares e a produção total está estimada em 23.100 toneladas, tendo em vista que as perdas até o momento estão em 30%. Neste município o produtor Maurício Luft tem feito plantio direto de melancia há dez anos, numa área de 70 hectares. Despois da colheita, ele prepara o solo com milheto no verão e aveia no inverno e, na sequencia, planta a melancia diretamente na palha. Neste ano, a primeira colheita teve uma média de produtividade de 45 toneladas por hectare e a segunda parte da lavoura ainda será colhida, mostrando que o sistema de plantio direto pode ser uma boa alternativa ao produtor para preservar o solo e os nutrientes, auxiliar na manutenção da umidade e contribuir para o desenvolvimento da planta, principalmente em momentos de estiagem.

FESTA – Em Parobé, a produção não é tão significativa como em Triunfo, São Jerônimo e Arroio dos Ratos, mas o município mantém a tradição de realizar a Festa da Melancia como forma de aproximar os agricultores dos consumidores e divulgar a produção local. A Festa inicia nesta sexta-feira (10/01) e acontece até domingo da próxima semana (19/01), na Rua Coberta junto à Praça 1º de Maio. Quem for ao local pode comprar não só a fruta, mas produtos derivados de melancia, como tortas, doces, sorvetes, sucos e cucas. O evento ocorre das 10h às 23h e conta ainda com apresentações musicais e artísticas, além dos jogos rurais, que são promovidos pela Emater/RS-Ascar nos dias 12 e 19 de janeiro.

No município, 40 produtores se dedicam ao cultivo de melancia em 80 hectares e a comercialização é diretamente ao consumidor na rua e na feira da melancia. A produção deve chegar a um total de 600 toneladas, sendo que na feira a expectativa dos participantes é vender cerca de 80 toneladas. A Emater/RS-Ascar de Parobé presta Assistência Técnica e Social aos produtores, desde a análise de solo para o plantio até a organização das famílias, visando ao mercado consumidor e à venda em eventos, como a festa.

Fonte: Emater



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