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SAFRA CHEIA

As condições meteorológicas previstas para o próximo mês de janeiro mantêm o otimismo para a colheita de uma safra de 220 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2017/18. Até o momento, o fenômeno La Niña se apresentou com baixa intensidade e deve seguir nesse patamar durante o período. O clima mais uma vez tem sido determinante para o desenvolvimento das lavouras na temporada. Após o atraso no plantio, as principais regiões produtoras ganharam fôlego com a ocorrência de chuvas que permitiram aos produtores acompanharem o desempenho da safra passada, de acordo com levantamento realizado pela Expedição Safra.

A expectativa de colheita cheia é sustentada, principalmente, pelo aumento da área destinada à soja: ao todo, são 35,04 milhões de hectares, 4,45% a mais que no ciclo anterior.

- O atraso no plantio e mais hectares sendo destinados ao cultivo de soja ainda colocam dúvidas sobre o plantio e a produtividade da safrinha de milho. Porém, isso não deverá interferir no potencial da temporada para alcançarmos uma safra cheia de grãos – avalia o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira.

Balanço plantio
Durante a etapa de semeadura e plantio, o projeto técnico-jornalístico verificou que o desenvolvimento das lavouras de soja em todo país seguiu dentro da normalidade. A incidência de pragas e fungos está controlada e os custos de produção se mantiveram, ou estão menores segundo os produtores. Mesmo com a estiagem comprometendo a etapa inicial no Centro-Oeste, a expectativa é um aumento de 3,14% na produção de soja em Mato Grosso. Em Mato Grosso do Sul e Goiás (incluindo o Distrito Federal), o crescimento produtivo estimado é de 5,87% e 4,15%, respectivamente, em relação à última temporada.

Após seguidos ciclos de grande perdas, o Matopiba tem o clima ideal para colher acima da média histórica. As projeções para a região são de aumento de 7,5% na área de soja, chegando a 4,22 milhões de hectares. E a produção deve crescer 7,4%, chegando a 12 milhões de toneladas do grão.

O cenário para a Região Sul é de redução drástica para o cultivo de milho verão, que perde espaço para a oleaginosa. No Paraná, a produção do cereal na primeira safra deve fechar em 3,26 milhões de toneladas, uma queda de 29% provocada pela diminuição da área na mesma proporção. A tendência, porém, é de que, na safrinha, o estado volte a colher bem, repetindo os 12,6 milhões de temporadas do ciclo passado.

No Rio Grande do Sul, que não planta milho na safra de inverno, a extensão dedicada à cultura também caiu, o que deve levar a uma colheita de 5,42 milhões de toneladas (recuo de 14% no comparativo com a temporada anterior). Ao todo, a produção nacional será de 90,15 milhões de toneladas, conforme o levantamento da Expedição Safra, o que representa uma diminuição de 3,78% em relação à campanha 2016/17.

Na avaliação do coordenador da Expedição Safra, o que vem incentivando os produtores a ampliarem o cultivo da soja é o preço.

- Mesmo com a manutenção dos custos, o espaço do milho tem encolhido simultaneamente à queda do preço do grão. Na atual safra verificamos que é quase uma raridade a existência de lavouras destinadas ao cereal e muitos produtores estão cultivando apenas para silagem – relata.

Fonte: Gazeta do Povo



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