Pato Branco, na região Sudoeste, e Prudentópolis, nos Campos Gerais, foram os últimos destinos da expedição comandada pelo Mapa, com apoio da FAEP, que percorreu o Paraná para avaliar os prejuízos causados pela seca nas atividades agropecuárias.
Ao longo da semana os técnicos do Mapa e da Conab, acompanhados por uma equipe da FAEP, percorreram diversas regiões do Estado, se reunindo com lideranças rurais, representantes do poder público e do setor produtivo (com empresas e cooperativas), para avaliar quais foram os setores mais impactados pela severa estiagem em cada localidade. O objetivo é que todas as informações levantadas componham um relatório a ser entregue à ministra Tereza Cristina e sirvam como fundamentos para eventuais ações no âmbito do governo federal. A própria ministra participou deste roteiro, indo a Cascavel (Oeste) no dia 13, onde se reuniu com lideranças estaduais.
A reunião no Sindicato Rural de Pato Branco ocorreu na quinta-feira (13) à noite e reuniu representantes do poder público municipal, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Fetaep, Sicredi, UTFPR, além de produtores, lideranças rurais e cooperativas da região.
De acordo com os dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, a quebra na safra de soja no Sudoeste (que abrange três regionais somando 42 municípios) era até o momento de 47%, mas com previsão de piora conforme a colheita for avançando. Além do volume, a qualidade desta safra também preocupa. No milho a quebra na produtividade foi de 43% e no feijão, 42%.
A situação dos pequenos produtores rurais em relação às perdas nas lavouras preocupou os presentes. “O município tem levado caminhões-pipa para esse público, Precisamos dar suporte para segurar essas famílias no meio rural”, observou a secretária de Agricultura de Pato Branco, Vanessa Zanon. Também o presidente do núcleo de sindicatos rurais do sudoeste do Paraná Ari Antonio Reisdoerfer se mostrou preocupado com o fato. “Não vejo outra saída, vamos precisar da ajuda do governo federal”, destacou. O presidente do Sindicato Rural e Pato Branco, Oradi Caldato, mostrou confiança na sensibilidade da ministra Tereza Cristina para com a situação dos produtores do Sudoeste. “Ela é a pessoa certa no lugar certo”, afirmou.
Prudentópolis
Para finalizar o roteiro de visitas, foi escolhido um município que não teve perdas tão significativas quanto as encontradas em outras regiões. Apesar de grave, a quebra nas safras de grãos ocorrida em Prudentópolis não foi tão severa quanto nas outras regiões visitadas.
No dia 14, após uma visita a lavouras de milho e de soja, os participantes se reuniram para um almoço oferecido pelo Sindicato Rural de Prudentópolis, onde trocaram informações. Participaram do encontro o prefeito em exercício de Prudentópolis, Evaldo Hofmann Jr, representantes da Fetaep, da Seab, e também da secretaria de agricultura do município. Na ocasião o sindicato rural fez uma apresentação com uma estimativa dos custos de produção para a próxima safra.
De acordo com a secretária de Agricultura de Prudentópolis, Suélly Mueller, a soja teve quebra de 40% na produção, o milho 65% e o feijão 45%. Cultura importante na economia da região, o tabaco teve sua produtividade impactada em 65% pelos efeitos da estiagem e de uma chuva de granizo que caiu sobre as lavouras “O fumo é a terceira maior atividade do município, normalmente composta por pequenas propriedades”, destacou. Outra cultura representativa que foi duramente afetada pela falta de chuvas foi o mel, cuja produção despencou 85%.
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Fonte: Sistema FAEP