O presidente Michel Temer lançará nesta semana uma ofensiva para fazer avançar suas reformas econômicas, numa tentativa de reverter o desgaste político que sofreu na semana passada e demonstrar a empresários e investidores que tem apoio no Congresso para aprová-las.
O governo conta com uma vitória folgada na votação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos, no Senado. Além disso, planeja anunciar medidas para a indústria do petróleo, regras para a privatização de aeroportos e detalhes de seu projeto de reforma da Previdência, que promete enviar ao Congresso em dezembro.
O presidente quer superar a crise aberta pela saída do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou Temer e seu governo de pressioná-lo a favorecer interesses pessoais do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que deixou a Secretaria de Governo na sexta-feira (25).
No domingo (27), Temer anunciou que irá barrar qualquer medida do Congresso que venha a anistiar políticos que receberam dinheiro de caixa dois, num gesto para agradar os movimentos de rua que criticam a proposta.
Nesta terça (29), o governo quer dar uma demonstração de força na votação da proposta de teto dos gastos no Senado. A meta é obter o apoio de 62 a 65 dos 81 senadores. São necessários 49 votos para aprovar a proposta.
O objetivo de Temer é mostrar que a demissão de Geddel, que era seu articulador político, não afetou sua capacidade de aprovar medidas econômicas no Congresso.
Fonte: Folha de S.Paulo