As condições de mercado devem garantir a rentabilidade dos produtores de cana-de-açúcar para a safra 2021/22. O cenário externo apresenta estabilidade quando comparado ao período anterior. Se no início da pandemia a desvalorização do petróleo influenciou na queda dos preços internacionais entre março e abril de 2020, os meses seguintes foram marcados pela recuperação das cotações, em razão da limitação dos estoques globais da safra 2020/21. Tendência que pode ser mantida para esta safra, como indica a conjuntura mensal do produto divulgada ontem (19), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo a análise, a perspectiva é que as exportações continuem aquecidas, o que deve dar suporte aos preços internos. A conjuntura da taxa de câmbio elevada, aliada a preços internacionais atrativos, contribuiu para uma exportação de cerca de 32,2 milhões de toneladas de açúcar na safra 2020/21, o que representa um aumento de 69,8% na comparação com o mesmo período de cultivo em 2019/20. As expectativas atuais são otimistas e indicam forte crescimento da venda antecipada de produção no mercado futuro.
As cotações internacionais do açúcar voltaram a recuar no último mês de março, no entanto, a queda dos preços é limitada pela estimativa de redução dos estoques globais na safra 2020/21 e adversidades climáticas em países produtores. No caso do etanol, o país também registrou aumento nas vendas externas. A exportações foram de cerca de 2,9 bilhões de litros na safra 2020/21, um aumento de 55,1% em relação à temporada anterior. Já as importações tiveram queda de 65,2% e estão estimadas em 581,6 milhões de litros. A perspectiva é que o fator cambial continue favorecendo as exportações e limitando as importações do biocombustível nesta safra. Já a demanda interna de etanol deve apresentar melhora à medida que a vacinação contra o COVID-19 avança.
Alho
A Conab também divulgou nesta semana a conjuntura mensal do alho, cuja análise revela que, apenas no primeiro trimestre de 2021, o produto apresentou redução de 22,7% na quantidade importada, em comparação com o mesmo período do ano anterior, situando-se em 40,1 mil toneladas contra 51,9 mil toneladas. Só em março, a queda no volume comprado fora do país ficou em torno de 15,9%, totalizando 13,8 mil toneladas.
As expectativas para o setor ainda são incertas. As ações de enfrentamento à pandemia do coronavírus, com as medidas de restrição de movimento, tendem à redução no consumo. No entanto, o estudo aponta que o programa de Auxílio Emergencial deve amenizar esse impacto no mercado interno. Paralelo a isso, as regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 71,8% da produção de alho em 2019, encontram-se na entressafra, o que pode manter os preços do produto em patamares elevados para o agricultor em abril, devido à menor quantidade de alho ofertada.
Fonte: Conab