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Região de fronteira é ponto de alerta na vigilância sanitária do Paraná

A faixa de fronteira do Paraná com a
Argentina e o Paraguai é o principal ponto de alerta no sistema de vigilância
sanitário estadual. É por essa área considerada mais vulnerável que pode haver
a entrada clandestina de gado proveniente dos países vizinhos, colocando em
risco a sanidade animal do Estado, reconhecido internacionalmente como área
livre de febre aftosa sem vacinação. A avaliação foi apresentada por Rafael
Gonçalves Dias, gerente de saúde animal da Agência de Defesa Agropecuária do
Paraná (Adapar), em reunião da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Corte
da FAEP, realizada na manhã desta terça-feira (14).

“É a região que merece maior atenção.
Tudo isso foi levantamento com base em informações, como movimentação de GTAs
[Guias de Trânsito Animal] e outros indicadores. É uma faixa com várias
entradas secas, com estradas boas, que podem facilitar o acesso irregular de
animais”, disse Gonçalves Dias.

O Paraná tem 239 quilômetros de
fronteira com o Paraguai, se estendendo por nove municípios, às margens do Rio
Paraná. Com a Argentina, são 208 quilômetros de fronteira, passando por 11
municípios. Segundo a Adapar, os pontos mais sensíveis estão na área de
abrangência de Barracão, Santo Antônio do Sudoeste e Bom Jesus do Sul, na
região Sudoeste do Paraná. Os três munícipios estão separados da Argentina por
fronteiras secas ou pelo Rio Santo Antônio, que tem pontos estreitos e rasos,
em que é possível atravessar a pé.

Após o reconhecimento internacional do
Paraná, essa vulnerabilidade na faixa de fronteira exigiu um reforço das ações
de vigilância, coordenando esforços do governo e de forças de segurança
estaduais e federais. Desde maio, mais de 100 bovinos que entraram
irregularmente pela fronteira foram apreendidos e encaminhados para abate
sanitário imediato, em operações da Adapar em conjunto com forças de segurança.

“A certificação internacional exigiu
um controle maior do nosso cadastro e do trânsito de animais, além de ações de
vigilância. A diferença de preço [dos bovinos] da Argentina para o Brasil
favorece essa tentativa de entrada irregular”, apontou Gonçalves Dias.

O presidente da CT, Rodolpho Botelho,
destacou a importância do setor produtivo para o fortalecimento do sistema de
sanidade animal do Paraná. Ele mencionou ações, como o cadastramento do rebanho
junto à Adapar e o correto transporte de animais. “Todo o trabalho do governo é
fundamental. Mas se quisermos galgar novos mercados, temos que fazer a nossa
parte. Temos que entender que trabalhamos com segurança alimentar. Temos o
sistema sanitário mais avançado do Brasil. Temos que estar na vanguarda”,
disse.

Rastreabilidade

A CT de Bovinocultura de Corte da FAEP
também abordou a rastreabilidade. O fundador da startup Databoi, Floriano
Varejão, apresentou um sistema de identificação de bovinos a partir de
fotografia do focinho do animal, tirada com um smartphone e incluída na
plataforma digital. Com isso é possível criar uma espécie de CPF de cada
animal, vinculando uma série de informações rastreáveis – desde a linhagem do
animal até dados sobre sua vida.

“O focinho tem informações
morfológicas únicas, que permanecem do nascimento ao abate. Então, o focinho do
animal é um marcador biométrico. Funciona como a digital do bovino”, definiu
Varejão.

Todos
esses dados podem gerar uma série de facilidades ao pecuarista – de ajudar na
certificação dos animais a se constituir como uma ferramenta de gestão nas
fazendas. Além disso, as informações podem acelerar o crédito bancário e
agilizar a compra e venda de gado rastreado, por exemplo.

A notícia Região de fronteira é ponto de alerta na vigilância sanitária do Paraná apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP



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