Dirigentes da Aprosoja Brasil e da Aprosoja Paraná solicitaram ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o adiamento para 2020 das parcelas a serem pagas em 2019 dos planos de operações de investimento financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A solicitação foi feita nesta última terça-feira (15), em Brasília, à ministra Tereza Cristina e ao secretário executivo Marcos Montes.
A medida tem o objetivo de oferecer melhores condições de pagamento aos produtores em decorrência da seca que atinge diversas regiões produtoras de estados como Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia desde meados de dezembro do ano passado.
Participaram da visita o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, o presidente da Aprosoja Paraná, Márcio Bonesi, e o vice-presidente da entidade estadual, José Sismeiro. No ofício entregue à ministra Tereza Cristina e ao secretário executivo, a Aprosoja Paraná argumenta que a medida pretende evitar a inadimplência dos produtores.
“Alguns produtores não conseguirão cobrir os custos operacionais e assim poderão ficar inadimplentes quanto aos contratos celebrados anos atrás. Deixamos claro que o pedido de adiamento poderá ser acrescido dos juros e taxas que foram estabelecidas em contrato”, destacou Márcio Bonesi.
Endividamento
De acordo com Bartolomeu Braz Pereira, o endividamento no campo foi outro tema debatido durante o encontro. “O setor agrícola precisa de uma securitização. Os juros estão muito altos. Há pouco crédito disponível e o produtor se afogou. Na crise hídrica a situação piorou ainda mais. Poucas áreas são seguradas e financiadas. Isso vai afetar mais de 80% dos produtores brasileiros”, destacou o presidente da Aprosoja Brasil.
Segundo o dirigente, ofertar um seguro agrícola amplo é uma prioridade para todo o setor. “O seguro agrícola atualmente cobre pouco mais de 14% das áreas utilizadas na agricultura. Os produtores terão muita dificuldade para saldar os custeios para este ano. Os custos estão muito elevados e os preços das commodities muito baixos no mercado externo. Precisamos alongar o custeio para que o produtor possa continuar na atividade”, reforçou o presidente.
Fonte: DATAGRO