Pesquisadores se reúnem com agricultores e atores da cadeira produtiva do município de Irituia, nordeste paraense, nos dias 16 e 17 de janeiro, em roda de conversa, para apresentar os primeiros resultados do projeto Restauração Florestal por Agricultores Familiares na Amazônia Oriental (Refloramaz). Dia 16, a apresentação ocorre no auditório Francisco Nunes e dia 17, na Escola Estadual de Itabocal.
Durante todo o ano de 2018, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, Universidade Federal do Pará e Cirad atuaram junto a diversos agricultores familiares para elencar as diversas formas de recuperação ambiental realizadas em vários municípios da região, avaliando os benefícios econômicos, sociais e ambientais da atividade. Paralela à pesquisa, o grupo desenvolveu, junto aos alunos Escola Estadual Itabocal, ações interdisciplinares para, a partir da perspectiva dos estudantes, levantar informações sobre os Sistemas Agroflorestais (SAF) e estimular o interesse desses jovens nas atividades sócioprodutivas desenvolvidas pelas famílias.
A roda de conversa tem como tema “Fazendo recuperação ambiental com agroflorestas no município de Irituia”. Segundo a pesquisadora Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, o objetivo do encontro é trocar experiências e socializar os primeiros resultados das pesquisas e destacar a diversidade de práticas e modelos de recuperação que os agricultores da região vêm realizando nos seus SAFs.
Um dos resultados prévios, adianta a pesquisadora, é que o SAF está presente em 78% das propriedades visitadas, como estratégia de recuperação em diversas modelagens, seja em consórcios de poucas espécies, quintais expandidos, roças transformadas progressivamente em SAF ou capoeiras enriquecidas. Entre os resultados a serem apresentados está a construção colaborativa do Jogo “Me Safando nos SAFs”.
Jogo ajuda a pensar estratégias de recuperação nas propriedades
Criado com um jogo de tabuleiro, o “Me Safando nos SAF” é uma forma lúdica de construção e partilha de conhecimentos entre agricultores, pesquisadores e estudantes para identificar e também estimular diversos tipos de modelagens e práticas desenvolvidas em sistemas agroflorestais (SAFs). Para os pesquisadores, o jogo proporcionou uma reflexão sobre o papel dos SAFs no futuro da recuperação ambiental nas propriedades e no município, pois, promoveu discussões acerca de estratégias de recuperação florestal em ambientes onde, ate então, não eram comumente tratado, como as escolas, proporcionando a circulação de conhecimento agroecológico.
Fonte: Embrapa