Ontem (25), tanto no interior paulista como em Minas Gerais, a relação oferta/procura de frango vivo apresentou desequilíbrio ainda maior que nos dias anteriores, a oferta superando visivelmente a já fraca demanda existente. O resultado foi nova e consecutiva queda de preços em São Paulo (a terceira em três dias de negócios), situação agora acompanhada por Minas Gerais, onde a cotação havia permanecido estável na sexta-feira e no sábado (22 e 23).
O retrocesso em São Paulo manteve a praxe dos cinco centavos. Assim, o preço praticado caiu de R$2,70/kg para R$2,65/kg. Em Minas foram 10 centavos em um só golpe. O que significa queda de R$2,80/kg para R$2,70/kg.
Nas duas praças, o preço recebido pelo produtor retrocede aos níveis registrados em meados de julho de 2015, ocasião em que o frango vivo entrava em um processo de recuperação de preços que viria a culminar, quatro meses depois, na obtenção das melhores cotações nominais já obtidos pelo produto – panorama que se manteve até, aproximadamente, dez dias antes do Natal. Desde então, as quedas têm sido quase contínuas, com rápidos períodos de estabilização.
Pouco mais de 30 dias de negócios decorreram desde que os preços começaram a refluir. Pois nesse espaço de tempo a cotação do frango vivo retrocedeu quase 15% em São Paulo. E perto de 20% em Minas Gerais. Em relação ao mesmo mês do ano passado os valores atuais ainda são, respectivamente, 18% e 6% superiores. Mas isso não tem qualquer significado nem mesmo para o produtor paulista, pois nesse espaço de tempo o principal insumo do frango, o milho (cerca de três quartos do custo), sofreu majoração de preço superior a 60%.
Segundo se informa, o crescente desequilíbrio de mercado está sendo ocasionado por visível aumento na oferta de aves vivas. Isto, entretanto, não significa, necessariamente, que esteja ocorrendo aumento da produção. Ou seja: a ocorrência pode estar sendo exacerbada pelo aumento de oferta de aves provenientes de integrações que, em condições normais (isto é, com remuneração adequada do frango abatido), não seriam direcionadas para o mercado independente de aves vivas.
Em outras palavras, a estabilização desejada e necessária só vai ocorrer a partir do momento em que o frango abatido começar a ser mais bem remunerado. E isso depende essencialmente do consumidor.
Fonte: Avisite
Fonte: Canal do Produtor