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RECUO DÓLAR

O dólar operava em queda nesta terça-feira e se aproximava do patamar de 3,15 reais, seguindo o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofrer nova derrota no Congresso, e em meio ao ambiente político doméstico mais calmo.

Às 10:36, o dólar recuava 0,19 por cento, a 3,1753 reais na venda, após bater a mínima de 3,1659 reais no dia. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,30 por cento.

O dólar norte-americano aprofundou a queda para a mínima de 10 meses ante uma cesta de moedas nesta sessão, influenciado pelo último fracasso de Trump para entregar nova reforma no setor de saúde diante do mercado profundamente preocupado com o ritmo do crescimento da maior economia do mundo.

Sem essa reforma, avaliavam os especialistas, Trump pode ter dificuldades de caixa para tirar do papel seu plano de estímulos, como reduzir impostos.

O dólar caía cerca de 0,65 por cento ante uma cesta de moedas e também perdia terreno sobre divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Neste cenário, também ajudava a percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa não elevar os juros além do esperado, o que aumentaria o potencial para atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.

Segundo pesquisa Reuters, o Fed deve anunciar planos de reduzir seu balanço patrimonial em setembro e ainda esperar o último trimestre para anunciar aumento de taxas de juros novamente.

Apesar da calmaria, e que mantinha o dólar numa sequência firme de baixa ante o real, analistas ressaltavam que a cena política brasileira pode mudar esse rumo.

- O dólar está experimentando melhora momentânea baseada na trégua política, que pode segurá-lo dólar mais baixo nas próximas semanas – afirmou o chefe da mesa de derivativos da corretora Mirae, Olavo Souza. – Mas não mudou o fundamento – acrescentou.

Internamente, os investidores também têm se beneficiado de um clima mais ameno na cena política, em meio ao recesso parlamentar iniciado nesta terça-feira e também após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter afirmado lealdade ao presidente Michel Temer.

O presidente foi denunciado por crime de corrupção passiva e outras duas denúncias podem ser feitas pela Procuradoria-Geral da República, colocando em risco o seu mandato.

Mesmo assim, o mercado tem precificado que, ainda que Temer perca seu mandato, a atual equipe econômica seguirá e conseguirá dar andamento à reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O Banco Central realizará nesta sessão novo leilão de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– para a rolagem dos contratos que vencem em agosto.

Fonte: Reuters



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