As exportações de soja do Brasil atingiram um recorde histórico em maio, com 10,959 milhões de toneladas, superando a melhor marca já obtida pelo país que havia sido registrada no mês anterior (10,4 milhões), de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do governo federal.
Após colher uma safra recorde de mais de 110 milhões de toneladas, o Brasil, maior exportador da oleaginosa, está no pico da temporada de exportação, e vem embarcando o produto negociado anteriormente.
No mesmo período do ano passado, segundo a Secex, as exportações de soja do Brasil haviam somado 9,9 milhões de toneladas.
Dados do setor privado, que contabilizam os volumes efetivamente embarcados no mês –e não os registros de exportação– apontaram uma exportação menor em maio, de 9,4 milhões de toneladas, segundo nota da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
No acumulado do ano até 31 de maio, as exportações de soja totalizam 37,1 milhões de toneladas, 15 por cento acima do volume registrado no mesmo período de 2016, e 46 por cento superior ao acumulado de janeiro a maio de 2015, ano em que o Brasil atingiu seu recorde histórico de exportação de soja, segundo a Anec.
- Apesar deste incremento de 15 por cento, as exportações de soja estão abaixo do esperado pelo mercado. Este fato se deve muito em função das dificuldades na aquisição do grão pelas tradings devido à resistência de produtores em negociar sua produção com base nos preços atuais pagos pelo mercado, considerados baixos pelo setor produtivo, e que busca recuperar parte do prejuízo de 2016, em decorrência das perdas na safra por problemas climáticos – disse a Anec.
A associação afirmou que, concretizadas as expectativas, o Brasil deverá exportar recorde de 61 milhões a 62 milhões de toneladas de soja neste ano.
- Para tanto, será necessário que seja mantida a eficiência demonstrada pelos portos até então, principalmente devido a entrada das exportações de milho já a partir da segunda quinzena de junho, e a rápida solução para os problemas de comercialização – comentou a Anec.
A associação disse que já se encontram programadas ao menos 650 mil toneladas de milho para embarque nos portos do país em junho, disse a entidade.
- Os baixos preços deverão trazer dificuldades para a comercialização do milho, com mais intensidade ainda do que ocorre hoje na soja – acrescentou.
A associação lembrou que o governo está apoiando a comercialização, mas em alguns programas, como os leilões de PEP, disse a Anec, o prêmios estabelecidos “ainda não são suficientes para equalizar as operações de compra e escoamento”.
A expectativa da Anec é de que o Brasil exporte aproximadamente 28 milhões de toneladas de milho até o final de 2017.
No acumulado do ano as exportações do grão totalizam 2 milhões de toneladas, bem abaixo dos volumes normalmente registrados neste período em anos anteriores, disse a nota.
Fonte: Reuters