Desde o final de dezembro do ano passado, a carne no atacado ficou 7,3% mais barata, na média de todos os cortes.
Esse comportamento foi puxado pelos cortes de traseiro, que caíram 9,3% neste mesmo intervalo. Já os cortes de dianteiro ficaram praticamente estáveis com recuo de 0,3%, nas mesmas condições.
Como os cortes de traseiro normalmente são mais caros que os cortes de dianteiro, é normal que esses produtos sejam menos demandados em períodos de renda restrita, como o atual.
Este sintoma de falta de dinheiro no bolso dos consumidores fica nítido quando os produtos mais caros lideram as desvalorizações, o filé mignon por exemplo, teve seu preço reduzido em 15,0% desde o final de 2018.
Importante ponderar que os recuos nos preços da carne têm acontecido em um ambiente de oferta pequena de boiadas, ou seja, mesmo em um quadro de estoques mais regulados tem sido difícil para os frigoríficos aumentarem o preço de venda da produção.
A margem de comercialização das indústrias que fazem desossa está em 15,8%, aproximadamente 3 pontos percentuais abaixo da histórica. É a menor desde setembro de 2016.
Para os próximos dias fica a dúvida se a oferta continuará sendo curta o suficiente para impedir pressões sobre a arroba do boi gordo em um cenário de escoamento patinando.
Fonte: Scot Consultoria