Seca. Chuva má distribuída. Preços ruins. Plantio atrasado. Esse pacote de problemas deve derrubar a safra de grãos de 2018 no país, frustrando as expectativas de um novo recorde na produção.
Após ter alcançado 241,6 milhões de toneladas na safra 2017, a primeira estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano que vem, referente a outubro, indica que a próxima safra atingirá 220,2 milhões de toneladas, ou 8,9% a menos. Milho é a cultura mais atingida e produtores estimam que 30% da segunda safra será plantada fora da janela ideal, ampliando a chance de problemas.
De acordo com o IBGE, a queda é atribuída à falta de chuvas e também à má distribuição delas, diferentemente do que ocorreu na safra 2017.
- O clima neste ano não está igual ao do ano anterior. O plantio está atrasado em algumas regiões e estimamos que as condições climáticas em 2018 não sejam tão boas como as deste ano – disse Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE.
Além da questão climática, no fim do ano passado –quando foi plantada a safra deste ano– os preços do milho estavam bons, e a área destinada à produção da primeira safra cresceu, ao contrário do que ocorre neste ano, com preços baixos e consequente redução de área.
Com a falta de chuvas, o plantio foi atrasado, o que retardará também o milho de segunda safra, que será plantado num período menos propício e com mais chances de enfrentar problemas climáticos e de produtividade.
Fonte: Portos e Navios