O criador Gilson Gonçalves Costa é produtor de leite em Itaberaí. Foi a primeira vez que antecipou, em um mês e meio, o trato das vacas com silagem e ração. Não chove na região há mais de três meses. O pasto secou bem antes do previsto e para piorar, o milho, importante componente da ração, não rendeu.
- De 600 toneladas, colhemos 100 toneladas de material ruim – afirma.
Em maio do ano passado a fazenda produziu 57 mil litros de leite. Em maio deste ano caiu para 41 mil litros, uma redução de 28%. Isso nunca tinha acontceido na fazenda.
A fazenda faz parte de uma associação que conta com 60 produtores. Todos estão sofrendo para a alimentar o gado.
- Se ele retira ou diminui essa comida, a vaca vai deixar de produzir 30 litros e produzir 20, 22, ou menos. No nosso grupo tivemos uma queda de 30% – comenta Eurípedes Bassamurfo, produtor de leite.
Para a Federação da Agricultura de Goiás, o clima só agravou uma crise que o produtor vem enfrentando nos últimos anos. O número de vacas ordenhadas no estado, caiu 3% em 2015. O produtor estaria descartando animais além do necessário.
- O produtor teve que sacrificar animais para pagar compromissos financeiros lá atrás. Estamos sentindo isso agora. Os preços aumentando, a produção caindo. E não é só Goiás, o Brasil teve uma queda de produção em torno de 8% – declara Edson Novaes, gerente econômico da Faeg.
Fonte: G1 – Globo Rural