O Brasil importou 9,8% menos lácteos no ano passado em relação ao ano anterior, informou em boletim o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná. No ano passado, o País adquiriu, principalmente do Mercosul, um total de 152,59 mil toneladas de lácteos ao valor FOB de US$ 485,63 milhões.
As aquisições externas vêm caindo desde 2016, quando o País importou 245,28 mil toneladas de lácteos – 60% mais em relação ao volume de 2018, desembolsando US$ 658,37 milhões. Já as exportações somaram 23,1 mil toneladas, por US$ 58,24 milhões. O Estado do Paraná, por sua vez, importou 9.806 toneladas de lácteos a mais do que exportou, ou seja 86%.O Deral informa, ainda, com base em dados da Secex/MDIC, que as exportações brasileiras cederam tanto em volume (-40%) quanto em faturamento (-48%) em 2018 em relação ao ano anterior.
“Isso ocorreu por causa de um primeiro semestre fraco em termos de volume importado, considerando que na segunda metade do ano o País importou 27,8% mais em volume que igual período de 2017 e aumentou em 21,7% as despesas”, diz o boletim do Deral, assinado pelo médico veterinário Fábio P. Mezzadri.Os maiores fornecedores em volume foram a Argentina (com 90,49 mil toneladas de lácteos) e o Uruguai (44,48 mil toneladas), com 59% e 29%, respectivamente, dos lácteos adquiridos pelo Brasil em 2018. “Ou seja, 88% do total adquirido veio dos nossos vizinhos”, diz o Deral.
O principal produto comprado foi o leite em pó – 96,7 mil toneladas, a US$ 271,47 milhões. A União Europeia – alvo recente de discussões no setor lácteo brasileiro por causa do fim da tarifa antidumping de 14,8% – vendeu em 2018 pouco mais de 7 mil toneladas de lácteos. A Nova Zelândia, que também era alvo de tarifa antidumping, exportou ao Brasil menos ainda – 2,81 mil toneladas.
“Segundo dados do Ministério da Agricultura (Agrostat), a participação da Nova Zelândia e da União Europeia nas importações brasileiras tem sido pouca em relação aos países do Mercosul (Uruguai e Argentina)”, diz o boletim do Deral.
O texto adverte, porém, que a retirada das tarifas de importação desses países poderia representar “um enorme acréscimo” nessas importações, afetando significativamente o mercado interno e prejudicando os produtores locais.
Fonte: Globo Rural