A captação de leite em Mato Grosso sofreu baixa de 5,86 p.p. em abril/17. Esse resultado foi reflexo principalmente da redução nos volumes de chuvas, segundo os dados da Somar, bem como o período de secagem das vacas reportado pelos laticínios, que impactou a produção.
Assim, destaca-se a chegada da entressafra “climática”, fato comum, mas que requer atenção, tendo em vista o nível de produção em queda que pode comprometer a produção de derivados nos próximos meses. Por outro lado, os preços dos principais insumos para suplementação das vacas leiteiras – farelo de soja e milho – estão recuando mês a mês, e no curto prazo não há expectativas de aumentos para estes insumos.
Diante disto, mesmo que haja a necessidade de aumentar seus gastos, uma oportunidade de investimento menos oneroso e com um possível retorno se apresenta ao produtor, a pergunta que se deve fazer é: esta seria a hora certa de gastar mais?.
Mercado
Em abril/17 o preço do leite pago ao produtor recuou 0,9% no comparativo mensal, ficando em R$ 1,03/l. O preço da matéria-prima está praticamente estável nos últimos meses, sendo um comportamento atípico tendo em vista a oferta restrita vigente.
Diante disso, a explicação se concentra nas margens das indústrias, que estão apertadas mesmo com a recuperação de 4,86% neste mês no preço do principal derivado comercializado no estado, o queijo muçarela. Isso porque, o faturamento bruto de um laticínio na venda de um quilo de muçarela é atualmente R$/kg 4,83, valor 12,3% abaixo da média história em termos reais.
Ademais, como ilustra o gráfico ao lado, há seis meses o faturamento bruto encontra-se abaixo da média histórica, dificultando aumento nos repasses aos pecuaristas, resultando na estagnação do preço do leite. Desta forma, o preço recebido pelo produtor em abril/17, é semelhante ao que foi pago no mesmo período do ano passado em termos reais.
Fonte: Imea