O dólar caía levemente ante o real no pregão desta quarta-feira, com investidores atentos a dia intenso no exterior, com decisão do Federal Reserve e negociações comerciais entre Estados Unidos e China, e também sob influência da atuação do Banco Central no câmbio com o anúncio de leilão de linha para esta sessão e a próxima.
Às 10:31, o dólar BRBY recuava 0,11 por cento, a 3,7183 reais na venda, após fechar na véspera com queda de 1,14 por cento, a 3,7225 reais.
O Federal Reserve anunciará às 17h a decisão da primeira reunião de política monetária do ano. Investidores estão na expectativa de que o banco central norte-americano vai manter juros na faixa de 2,25 a 2,50 por cento. [nL1N1ZU07J]
Mas o foco de fato gira em torno de os membros do Fed reforçarem sua recente postura “dovish”, dados os sinais de desaceleração da economia dos EUA.
Ainda nesta quarta-feira, autoridades dos EUA recebem o vice-premiê chinês, Liu He, para iniciar uma nova rodada de negociações comerciais.
“Estamos à mercê do lado externo. Não temos tido, teoricamente, problemas aqui. A gente vai começar a ter problemas e começar o burburinho depois que o pessoal voltar com o Congresso”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Investidores aguardam a retomada dos trabalhos do Congresso na sexta-feira, com a eleição dos presidentes das duas Casas, o que poderá, por fim, dar início à tão aguardada agenda econômica do novo governo.
Segue no radar de investidores os desdobramentos da Vale (VALE3.SA) ao redor do rompimento da barragem em Brumadinho.
Na terça-feira, com o mercado já fechado, a Vale anunciou que aprovou investimento de 5 bilhões de reais para acabar com as barragens a montante, mesmo sistema usado na estrutura que se rompeu em Minas Gerais.
A atuação do Banco Central também é monitorada pelo mercado. Nesta sessão, a autoridade monetária fará leilão de linha —venda com compromisso de recompra— com oferta de 3,20 bilhões de dólares.
Também anunciou que fará na quinta-feira outro leilão de linha, com oferta de até 3 bilhões de dólares. O objetivo dos dois leilões é a rolagem do total de 6,2 bilhões que vencem em 4 de fevereiro.
“Talvez o BC tenha tomado essa decisão por achar que o mercado necessita desse apoio… Ele está, teoricamente, cobrindo alguma falta de liquidez”, disse Galhardo.
“Acredito que ele está sendo cauteloso, não está sendo intervencionista ou tentando derrubar o câmbio. Acho que essa não foi a intenção dele”, completou.
O BC também realiza nesta sessão leilão de até 13,35 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando dessa forma o total de 13,398 bilhões de dólares do vencimento de fevereiro se vender todo o montante.
Fonte: Reuters