Cada vez mais a pecuária busca por animais que sejam adaptados às mais diversas condições, seja na rentabilidade, no bem-estar animal ou até mesmo na hora do abate. Visando o melhoramento do seu rebanho, pecuaristas goianos estão voltando os olhares para técnicas modernas e principalmente em tecnologias vindas da porteira para fora. A 8ª edição da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf) 2015, destacou durante três dias, esses potenciais e apresentou novas alternativas aos pecuaristas, especialistas e estudantes presentes durante os três dias de evento. O encerramento acorreu nesta quinta-feira (17), em um dia de campo, na Fazenda Ana Paula.
Marcando presença, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), apresentou aos pecuaristas durante os dias do Interconf, o Programa Pesebem, a balança do produtor, instalada com finalidade de suprir uma necessidade dos pecuaristas sobre possíveis divergências no peso dos animais. Com 11 anos de implantação, o programa já soma 1.243 produtores cadastrados e mais de 7.500 milhões de gados pesados em 7 frigoríficos do Estado.
De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da FAEG, Maurício Velloso, o programa vem a calhar com uma demanda dos produtores goianos durante a hora da pesagem de seus animais.
- Grande parte dos nossos frigoríficos utilizam as balanças do Pesebem. Isso mostra a importância da transparência entre empresa e produtor durante a pesagem – destacou.
Para o gerente administrativo da FAEG, Tenisson Nogueira, que também é responsável pelo programa, os avanços desde a implantação do Pesebem foram significativos e possibilitaram novos avanços a favor dos produtores.
- Hoje trabalhamos com novos projetos. Acredito que o Pesebem, com o passar do tempo, mostrou aos produtores cadastrados sua credibilidade e principalmente confiança na hora da pesagem – salientou.
Qualidade no peso
Responsável pelo dia de campo do Interconf 2015, a Fazenda Ana Paula, localizada a 40 quilômetros de Goiânia, utiliza o Programa Pesebem na pesagem do seu gado. Os rendimentos e resultados depois da implantação da balança foram significativos na observação do pecuarista e sócio da propriedade, Gustavo de Lima. “A implantação da balança, nos proporcionou um diferenciamento de pesagem muito grande. Hoje conseguimos adequar a qualidade do animal de acordo com a pesagem que queremos antes de levá-lo ao frigorifico”, apontou.
Fechando ou abrindo porteiras, adubando ou não os pastos, retirando ou alterando o concentrado, o melhoramento do animal e suas necessidades do momento estão fazendo a diferença na hora do peso com qualidade. Tanto no processo de recria quanto engorda, separada ou simultaneamente.
- Do ponto de vista da qualidade animal, conseguimos, hoje, alternativas para o bem-estar do nosso gado e isso faz toda diferença no peso – diz Gustavo.
O pecuarista também mostrou aos presentes, os resultados obtidos no processo de confinamento da propriedade. Com cerca de 450 hectares, a propriedade trabalha com o sistema Integração Lavoura Pecuária (ILP). Ele afirma que o trabalho gira em torno deste sistema de prestação de serviço para atender o pecuarista parceiro e ajudá-lo a obter a melhor rentabilidade. O confinamento é uma ferramenta estratégica para realizar o lucro desejável durante a recria.
Retorno na balança
Pecuarista há 18 anos, Frederico Gustavo Stecca (foto acima) implantou em sua propriedade no município de Porangatu, a balança do Pesebem. Segundo ele, houve uma mudança significativa na pesagem dos animais da região.
- Depois que implantamos o programa tivemos um rendimento muito maior. Agora acompanhamos sabemos exatamente o peso do animal, antes do frigorífico fazer a pesagem final – ressaltou.
Interconf 2015
Com um saldo positivo durante os três dias de evento, a Interconf 2015, realizada pela Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), apresentou perspectivas para familiarizar o pecuarista com assuntos que, a princípio, estão alheios à necessidade de interagir com taxas de exportação, cotação do dólar, índices inflacionários, taxas de crédito e políticas públicas regulatórias. “Essa edição foi expressiva, com muitos participantes interessados no mercado e em técnicas de confinamento na pecuária. O que acontece do outro lado do mundo afeta dentro da porteira do pecuarista, por isso é preciso apresentar novas ferramentas aos pecuaristas”, afirmou o gerente executivo da Assocon, Bruno Andrade.
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG