O uso de defensivos agrícolas nas plantações em escala contribui para o crescimento exponencial nos índices de produção e produtividade da agricultura moderna, nas últimas décadas, no Brasil e em várias partes do mundo. A tecnologia de aplicação e o desenvolvimento de novos produtos foram ramos que evoluíram significativamente em termos de pesquisa e novas descobertas científicas. Por isso, o uso de agroquímicos tornou-se complexo, o que exige a qualificação dos aplicadores e atenção dos profissionais para uma série de procedimentos, o famoso checklist.
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Considerando a rapidez com que esse setor evolui, os produtores e
trabalhadores rurais precisam ficar atentos às questões envolvendo
pulverizações. “Os agricultores têm aprendido a fazer essa avaliação quanto à
necessidade de aplicar, sobre a percepção de que pulverização é uma ferramenta
de suma importância, mas que precisa ser usada no lugar e na hora certa”,
aponta Flaviane Medeiros, técnica do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR.
“Temos batido na tecla se esta ou aquela pulverização é realmente necessária,
especialmente com os cursos de Manejo Integrado de Pragas [MIP]”, complementa.
Na mesma linha, Elisangeles Souza, técnica do Departamento Técnico e
Econômico (DTE) da FAEP, faz um alerta de que a pulverização de uma área
depende da avaliação conjunta com profissionais habilitados. “Os defensivos
agrícolas são uma tecnologia disponível e autorizadas pelos órgãos competentes.
O que não significa que o produtor vai gastar tempo e dinheiro aplicando produtos
sem necessidade. Toda aplicação deve começar com um diagnóstico prévio pelo
profissional que acompanha a produção. Depois, caso necessário, a orientação do
defensivo agrícola naquela situação ou outras alternativas, como o controle
biológico para controle da praga”, reforça Elisangeles.
Checklist
Para o professor Ulisses Rocha Antuniassi, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), um dos principais estudiosos de tecnologias de aplicação no Brasil, a forma adequada começa antes de ligar o trator, especificamente na hora da prescrição dos insumos. “O primeiro ponto importante, que tem que ser feito com agrônomo responsável, é avaliar nas bulas dos produtos qual é a recomendação de tecnologia de aplicação. As bulas devem ter informações sobre gotas [finas, médias, grossas], volume de calda por hectare e outros detalhes”, ensina.
A bula de um defensivo agrícola é o guia das possibilidades que aquele
insumo proporciona ao produtor. “Dependendo do produto vai haver informações
sobre as modalidades de aplicação autorizadas, como o uso de pulverizador
costal, tratorizado com barras, aplicação aérea. Além disso, traz aspectos de
ajustes específicos, para que o produto funcione melhor e/ou para garantir
segurança da aplicação”, completa Antuniassi.
Somente depois de uma análise minuciosa da bula é que o agricultor (ou o
responsável pela aplicação) deve partir para a fase prática. “Depois, ele deve
fazer a seleção das pontas de pulverização. Isso porque o conjunto de pontas, a
pressão e a calda são os três elementos que, juntos, vão formar o que chamamos
de espectro de gotas [fina, média ou grossa]. Somente com isso é que se
consegue cumprir todos os aspectos exigidos para uma boa aplicação”,
exemplifica o professor da Unesp.
Manutenção
As máquinas e implementos agrícolas necessitam, assim como qualquer
equipamento, de manutenção periódica, inclusive a Inspeção Periódica do
Pulverizador (IPP). “Esse procedimento verifica se tem vazamentos, o estado do
equipamento, o funcionamento do manômetro (medidor de pressão do pulverizador)
e calibração. A IPP em dia é um requisito básico”, reforça o especialista da
Unesp.
Somente com os equipamentos funcionando dentro dos parâmetros é possível
cumprir o próximo passo do checklist
para uma pulverização adequada. “Na hora da aplicação, é necessária atenção à
montagem correta da máquina, com a colocação das pontas e dos filtros de acordo
com cada tipo de pulverização prescrita no receituário agronômico”, enfatiza
Antuniassi.
No campo
Antes de ir a campo é preciso preparar a calda que será pulverizada. Esse
procedimento exige atenção com a série de normas vigentes preconizadas pelas
autoridades fitossanitárias quanto a mistura de produtos químicos. Ou seja, é
necessário considerar a questão legal e de segurança de pulverização.
Além disso, as condições climáticas precisam ser observadas
constantemente, conforme orientações da bula. “É crucial que se tenha na
propriedade medidor de temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do
vento. E, principalmente, saber observar a direção do vento e posicionar a
aplicação de uma maneira adequada. Se todos os passos forem seguidos, à deriva
não vai ser um problema”, pontua Antuniassi.
A deriva ocorre quando o defensivo agrícola vai parar em um local
indesejado, como a lavoura vizinha, por exemplo. Segundo Antuniassi, esse
problema ocorre apenas por descuido dos envolvidos na aplicação, por não
seguirem as chamadas boas práticas. “Com o checklist seguido à risca, o
produtor pode proceder a pulverização, sempre tendo em mente boas práticas, que
à deriva não vai acontecer”, garante.
A aplicação de defensivos, como lembra Antuniassi, é uma atividade que
requer conhecimento técnico. “A aplicação lida com produtos fitossanitários,
que são tóxicos. Os cuidados por quem opera devem ser levados a sério dentro do
trabalho agrícola. Portanto, o trabalho de extensão, de levar o conhecimento
para o aplicador, é a peça número zero desse quebra cabeça ”, elenca o
professor.
SENAR-PR oferece seis cursos de
aplicação de agroquímicos
Os cursos na área de aplicação de agroquímicos são algumas das formações
mais procuradas pelos produtores e trabalhadores rurais desde a criação do
SENAR-PR. Isso demonstra a preocupação dos agricultores na hora de fazer as
pulverizações nas suas lavouras.
Hoje, seis formações gratuitas e com certificado são oferecidas a
agricultores, nas seguintes áreas: NR 31.8, tratorizado de barras,
autopropelido, costal manual, combate às formigas cortadeiras e
turbopulverizador.
Para saber mais sobre os cursos, basta acessar seção Cursos no site www.sistemafaep.org.br.
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Fonte: Sistema FAEP