O tempo seco no Brasil poderá reduzir a segunda safra de milho da temporada 2015/16 em 5 milhões a 10 milhões de toneladas, resultando em uma queda semelhante no volume de embarques do país que é o segundo maior exportador do grão, estimou o presidente-executivo da multinacional do agronegócio Bunge, Soren Schroder.
A queda na produção deverá deslocar mais demanda para os Estados Unidos e para países da região do Mar Negro, principalmente para a Ucrânia, disse ele em uma teleconferência com analistas.
O tempo seco atingiu importantes áreas produtoras do país em abril, especialmente no Centro-Oeste, enquanto as perspectivas não são muito favoráveis para maio, conforme antecipou a Reuters no início do mês.
A falta de chuva afetou a safra em período crucial para a definição da produtividade, durante a polinização, em algumas áreas.
- Pode ser (uma queda) entre 5 e 10 milhões de toneladas, e isso vai ser tirado das exportações e, portanto, o produto terá que ser fornecido por Estados Unidos e/ou Mar Negro, Ucrânia em particular – disse Schroder.
Na semana passada o Brasil reduziu a tarifa de importação de milho para uma cota de 1 milhão de toneladas, para compras fora do Mercosul, em um esforço para conter os preços recordes e aumentar a oferta de matéria-prima para a indústria.
O mercado de grãos também está repleto de especulações de que o Brasil comprou a sua primeira grande carga de milho dos EUA em duas décadas, com a isenção da tarifa.
As vendas de exportação de milho dos Estados Unidos subiram para o seu nível mais alto em quatro anos na última semana, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.
Fonte: Reuters