Se na lavoura a semente é o insumo mais importante para uma boa produção, na sociedade, não é diferente. Por isso, preparar nossas crianças para que cresçam e se tornem adultos críticos e conscientes do seu papel é tão importante quanto depositar na terra uma semente de boa qualidade.
Em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, a iniciativa de uma educadora está regando estas pequenas sementinhas com a água do conhecimento e promovendo uma interação até então inédita entre o campo e a cidade. Trata-se do projeto “Campo que te quero bem”, desenvolvido pela professora Graciele Cristina Rambo da Escola Municipal Bento Munhoz da Rocha Neto, que tem como objetivo valorizar as atividades do homem do campo e diminuir a distância entre as vivências rural e urbana.
A iniciativa envolve crianças de seis e sete anos do 2º ano do ensino fundamental e utiliza como suporte pedagógico o material didático do Programa Agrinho, desenvolvido pelo SENAR-PR. Apesar dos frutos desse trabalho ainda estarem germinando, já é possível notar os impactos que a iniciativa está gerando na comunidade.
Desenvolvido a pouco mais de quatro meses, o projeto já contou com diversas ações que têm como objetivo diminuir a distância entre as crianças que vivem na cidade daquelas que vivem no campo. “Como é uma escola da área urbana, as crianças tinham a percepção de que os ovos vinham do mercado e que o leite vinha da cooperativa”, conta a educadora.
Essa percepção da realidade foi quebrada quando Graciele levou seus alunos para conhecer um sítio, onde puderam ver de perto galinhas, verduras recém-saídas da horta, criação de patos e outras atividades agrícolas. Dessa forma puderam entender melhor de onde vêm os alimentos que consumimos.
Após a visita, a professora montou um cartaz na sala, onde marcava com uma estrela os dias que cada aluno consumia alimentos saudáveis ao invés de lanches. Como a merenda escolar usa a produção de pequenos agricultores locais, as crianças aderiram rapidamente à ideia. “Houve um aumento no consumo de merenda saudável”, diz a docente.
As atividades do projeto “Campo que te quero bem” permearam algumas disciplinas formais. Na aula de matemática, as crianças elegeram os bichos que mais gostaram na visita ao sítio e fizeram um gráfico. Em ensino religioso, o estudo da parábola do semeador foi “ilustrado” com uma experiência de plantio de um grão de feijão no algodão.
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Fonte: Sistema FAEP