A Comissão Técnica de Grãos, Cereais, Fibras e Oleaginosas
da FAEP se reuniu nesta segunda-feira (13), de forma virtual, em seu segundo
encontro feito exclusivamente por videoconferência. Na pauta da reunião, as
estratégias para o controle da Cigarrinha do Milho, (Dalbulus maidis) praga
que vem preocupando produtores de diversas regiões onde o milho safrinha é uma
cultura importante; e a possibilidade de negociar a produção por meio de NDF (Non-Deliverable
Forward ) também conhecido como “contrato a termo de moeda sem entrega física”,
que permite “travar” uma taxa de câmbio futura, protegendo o produtor de flutuações
desfavoráveis.
Como de costume, a reunião foi iniciada com uma rodada conjuntural
pelo Estado, onde cada participante relatou a realidade da sua região. De modo
geral, a colheita do milho safrinha está no início na maioria das regiões. A produtividade
foi afetada pela estiagem que vem castigando o Paraná desde o ano passado. Em
diversas regiões a produtividade ficou abaixo de 100 sacas por hectare. “Aqui já
na região colhemos cerca de 5%. Está dentro do previsto, como aqui sofreu muito
com a seca, o pessoal não investiu muito mais, então a qualidade desse milho
não deve ser muito boa. Em metade do município choveu muito pouco”, relatou
Nelson Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo e dirigente da comissão.
O trigo, em contrapartida guarda boas perspectivas, com
relatos positivos em 100% das regiões onde a cultura tem representatividade.
Cigarrinha
O engenheiro agrônomo Dr. Claudinei Antônio Minchio, extensionista
do Instituto Emater, apresentou a palestra “Cigarrinha do milho – vazio
sanitário é a solução?”.
De fato, devido à gravidade dos danos da praga, que pode
comprometer até 70% da produtividade, promover tombamento e morte precoce das
plantas, os órgãos responsáveis têm o vazio sanitário como alternativa de
controle. O parecer de Minchio é contrário à esta medida. “Em algumas regiões
do estado não dá pra descartar o milho verão”, considerou. Apesar desta estratégia
ser totalmente recomendada no caso da ferrugem asiática da soja, que é um
fungo, talvez não tenha a mesma eficácia para controlar uma praga.
Na visão do extensionista, que estudou o tema a fundo no ano
passado a pedido de uma cooperativa paranaense, a enfrentamento desta praga tem
no Manejo Integrado de Pragas (MIP) um importante aliado. “O Paraná já é
vanguarda neste estudo, é possível o controle desde que a gente adote técnicas
de monitoramento e manejo. Evitar a entrada desnecessária de agroquímicos que
eliminam os predadores da cigarrinha e dos seus ovos”, observou.
O SENAR-PR oferece um curso voltado ao MIP Milho, logo após
a palestra de Minchio, a técnica do SENAR-PR, Flaviane Medeiros, apresentou aos
participantes da comissão este novo curso, que já está disponível. “Foi lançado
agora na última safra do milho safrinha algumas turmas piloto. Tivemos boa
adesão. Já está disponível, só procurar o sindicato rural e pedir”, orientou.
Na sequência o sócio da Granoeste investimento, Robson José
Polotto, apresentou aos participantes como funcionam os contratos a termo em
moeda estrangeira. “Serve para proteger seu resultado financeiro, travar sua
margem”, sintetizou. Como a taxa de câmbio acaba tendo muita influência nos
resultados financeiros dos produtores –
que tem produtos precificados em bolsas internacionais – a estratégia gerou
bastante interesse entre os participantes da comissão.
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Fonte: Sistema FAEP