A notícia do aumento do imposto de importação de leite estrangeiro, nesta semana, deu um alívio aos produtores, que já estavam um pouco mais animados com a alta dos preços em janeiro.
Na propriedade de Lélis da Silva, em Prata, no Triângulo Mineiro, a produção é de 650 litros de leite por dia. São 35 vacas na ordenha. Para ele, 2018 não foi um ano fácil.
“A margem de lucro era muito pequena, era muito difícil, o leite teve uma queda muito grande. Os insumos não tiveram queda, não estavam com preço acessível, então estava tudo muito difícil”, diz.
O leite que ele armazena no tanque vai três vezes por semana para a cooperativa da cidade. No momento mais difícil, Lélis recebeu só R$ 1,06 por litro. Situação bem diferente de agora. Neste mês, ele vendeu leite a R$ 1,38. Essa diferença significa cerca de R$ 6 mil a mais no mês.
“E a gente está na expectativa que aumente mais um pouco, para poder ser mais viável a produção do leite.”
Gelder de Moura, presidente interino da Cooperativa, explica que a queda das importações em dezembro permitiu uma reação do mercado. “Possibilitou que a gente conseguisse o melhor preço na venda do nosso produto”.
Na média nacional, o litro foi vendido a R$ 1,28, em janeiro. Em Minas, ficou em R$ 1,28, R$ 0,25 a mais que no mesmo mês do ano passado. O estado é o principal produtor de leite do país e foi justamente a grande oferta que fez os preços despencarem em 2018.
“Eu acredito que se esse preço retornasse aos patamares de R$ 1,50, R$ 1,65, R$ 1,70, nós retornaríamos ao que o produtor já tinha adquirido como preço padrão”, diz o consultor de pecuária Marco Aurélio Nunes.
Thiago Fonseca produz 10 mil litros de leite por dia em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ele diz que, com preços melhores, fica mais fácil se planejar.
“Isso significa resultado, investimento, geração de emprego. É tudo o que o produtor precisa”, afirma.
Em janeiro, o preço médio do leite no Brasil subiu 4% em relação a dezembro. Em um ano, o aumento foi de 30%.
Fonte: Globo Rural