A produtividade média em Mato Grosso segue recuando nesta reta final de safra 2015/2016 do grão. A média na última semana chegou a 48,60 sacas por hectare (sc/ha), 3,51 sacas a baixo do constatado no ciclo 2014/2015 e 1,68 saca menor que na semana anterior. A retração é puxada principalmente pelas regiões Médio-Norte (46,87 sc/ha) e Nordeste (46,62 sc/ha).
Na última semana Mato Grosso atingiu 95,21% da área de 9,203 milhões de hectares de soja colhida. Os trabalhos em comparação ao ciclo passado estão 2,22 pontos percentuais atrasados.
A reta final da colheita da soja tem trazido surpresas aos produtores mato-grossenses. Há cerca de sete semanas o Estado vem registrando queda na produtividade. Na última semana de março a média em Mato Grosso ficou em 48,60 sacas por hectare, enquanto o ano passado a média ficou em 52,11 sacas. Na semana da Páscoa, a produtividade era de 50,28 sacas por hectare em média.
Relatório de acompanhamento da produtividade realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado no dia 1º de abril, mostra uma média de 46,87 sacas por hectare na região Médio-Norte, uma das mais prejudicadas pelo stress hídrico e altas temperaturas no período da semeadura. O volume é menor que as 48,54 sacas da semana anterior e as 52,63 sacas constatadas no ciclo 2014/2015.
Outra região com produtividade baixa é a Nordeste com 46,62 sacas por hectare em média. O volume é menor que as 47,82 sacas da semana anterior e as 50,95 sacas da safra passada. As regiões Centro-Sul (49,07 sc/ha), Noroeste (49,38 sc/ha) e Norte (49,63 sc/ha) também registram produtividade média abaixo de 50 sacas.
Já o Oeste (51,90 sc/ha) e o Sudeste (50,28 sc/ha) são as com melhores resultados até o momento.
Clima e temperatura influenciaram
Na semana passada a Embrapa Agrossilvipastoril divulgou um relatório apontando que o resultado constatado na produtividade da soja nesta safra 2015/2016 é decorrente a falta de chuva e as temperaturas médias no período do plantio em 2015.
O levantamento da Embrapa, feito a pedido da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), apontou as condições climáticas adversas em Mato Grosso no período da semeadura como principal responsável pelo baixo rendimento da produtividade em algumas regiões.
O trabalho, segundo a Embrapa, apontou que a maior parte dos problemas observados pelos produtores de soja nas lavouras são decorrentes da falta de água e das temperaturas médias elevadas nos meses de setembro a dezembro de 2015, período de plantio, bem como fevereiro deste ano.
Os pesquisadores da Embrapa, como o Agro Olhar comentou recentemente, destacam que tais condições climáticas coincidiram com a fase de desenvolvimento vegetativo da soja, com a época da floração e do enchimento de grãos, resultando desta forma um baixo desenvolvimento, no abortamento de flores e na formação de vagens vazias ou "chochas".
Segundo o relatório, em Sinop as temperaturas máximas médias em 2015 em 2,5 ºC, 3,6 ºC e 2,9 ºC acima dos valores médios do ano de 2013 nos meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente.
Outro ponto observado foi à precipitação de chuva 32% menor em relação a 2013 registrada nesses meses na estação meteorológica da Embrapa Agrossilvipastoril. Já no mês de fevereiro constatou-se apenas 15% do volume de chuvas registrado no mês em 2014 e de 18% em 2015.
Fonte: Agrolink
Fonte: Canal do Produtor