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PRODUÇÃO FLORESTAL

Maior parte da produção veio de florestas plantadas (77,3%), que supera a exploração desde 2000; madeira ainda é principal produto e abastece especialmente a indústria de papel e celulose.

A produção florestal brasileira atingiu R$ 19,1 bilhões no ano passado, um aumento de 3,4% em relação a 2016, divulgou nesta quinta-feira (20) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, R$ 14,8 bilhões (77,3%) vieram de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura) e 4,3 bilhões (1,9%) da exploração de recursos naturais (extrativismo).

O valor de produção correspondente à silvicultura supera o do extrativismo desde 2000. A área de floresta plantada somou 9,8 milhões de hectares em 2017, sendo 75,2% compostos de eucalipto, 20,6% de pínus e 4,2% de outras espécies.

O IBGE registrou produção florestal em 4,8 mil municípios brasileiros. A madeira continua sendo o principal produto florestal e representou 90% do valor de produção no ano passado, considerando os números da silvicultura e da exploração. Ela é usada principalmente como matéria-prima para a indústria de papel e celulose, para a produção de móveis e também na construção naval e civil.

É importante destacar que o levantamento só considera a extração legal de madeira, já que é feito a partir de documentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Valores

Enquanto o valor dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas cresceu 5% de 2016 para 2017, o dos mesmos produtos extraídos da natureza caiu 2,7% no mesmo período, resultado do maior controle na exploração de madeiras de espécies nativas, segundo o IBGE.

“É um movimento natural a substituição do produto madeireiro pela silvicultura, muito por conta de políticas públicas. E a tendência é que continue assim”, diz Winicius Wagner, supervisor da pesquisa.

Outro ponto que pesa nessa conta, de acordo com o IBGE é que os principais setores consumidores de madeira, como o siderúrgico, têm se esforçado para substituir o carvão vegetal extrativo pelo de florestas plantadas.

Por estado, Paraná é o maior produtor em valores, seguido por Minas Gerais, Santa Catarina e Pará. Depois vêm Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Maranhão.

O Pará é líder na produção extrativista, principalmente com a retirada de madeira.

A nível municipal, a maior parte das 20 cidades que apresentaram maior valor de produção florestal se destaca no segmento de florestas plantadas. As exceções ficam com São Mateus do Sul, no Paraná, que extrai erva-mate; Limoeiro do Ajuru e Oeiras do Pará, no Pará, que extraem açaí; além de Portel, também no Pará, que extrai essencialmente madeira em tora.

Florestas plantadas

Dos produtos madeireiros vindos de florestas plantadas, apenas a produção de carvão diminuiu, apesar de o valor da produção ter crescido. Do outro lado, a produção de madeira para papel e celulose cresceu, mas os valores caíram.

Dos R$ 14,8 bilhões gerados pela silvicultura em 2017, 5,1 bilhões correspondem à produção de madeira destinada à indústria de papel e celulose – valor 1,8% menor do que o registrado em 2016, apesar de o volume de produção ter crescido 3%.

A região com maior valor de produção de florestas plantadas é a Sul, com o equivalente a 36,1%, seguida pelo Sudeste, com 25,4%. Depois, vêm Norte (14,3%), Nordeste (11,8%) e Centro-Oeste (11,2%).

Por estados, a liderança fica com Minas Gerais , seguido por Paraná.

Extrativismo

Açaí: dentre os produtos alimentícios, maior produção em 2017 foi do fruto do açaí, com R$ 596,8 milhões — Foto: MedioTec/Divulgação Açaí: dentre os produtos alimentícios, maior produção em 2017 foi do fruto do açaí, com R$ 596,8 milhões — Foto: MedioTec/Divulgação

Açaí: dentre os produtos alimentícios, maior produção em 2017 foi do fruto do açaí, com R$ 596,8 milhões — Foto: MedioTec/Divulgação

Os produtos madeireiros respondem pela maior parte dos R$ 4,3 bilhões do valor de produção da extração vegetal, com R$ 2,7 bilhões (ou 64,1%). Dentro desse grupo, a madeira em tora registrou o maior valor de produção, com R$ 1,9 bilhão. Na sequência vêm a lenha (R$ 541 milhões), e o carvão vegetal (R$ 317,2 milhões).

Produção extrativa vegetal em 2017, por grupos

Valores em R$ bilhões

Madeireiros: 2,78

Alimentícios: 1,2

Ceras: 0,21

Oleaginosos: 0,115

Outros: 0,027

Fonte: IBGE

Dentre os produtos alimentícios, a maior participação é do fruto do açaí, com um valor de produção de R$ 596,8 milhões, alta de 10,5% em relação a 2016. Em volume, a produção cresceu 2%, para 219,8 milhões de toneladas. Nativo das florestas da região amazônica, a produção extrativa do açaí está concentrada nos estados do Norte. Pará e Amazonas, juntos, concentram 87,5% da produção.

Em segundo lugar, vem a erva-mate, com R$ 423,9 milhões, alta de 6,4% frente a 2016. O maior estado produtor é o Paraná.

O IBGE ressalta, porém, que o maior volume de açaí e erva-mate produzidos no país tem origem em áreas cultivadas. Essa produção é levantada na Pesquisa Agrícola Municipal, divulgada na semana passada. No caso do açaí, por exemplo, só 22,5% de todo o valor de produção nacional vem do extrativismo.

Os principais produtos não alimentícios extraídos são:

Açaí (fruto): R$ 596,8 milhões

Erva-mate: R$ 423,9 milhões

Carnaúba (pó): R$ 197 milhões

Castanha-do-pará: R$ 104,1 milhões

Babaçu (amêndoa): R$ 95 milhões

Pinhão: R$ 23 milhões

Pequi: R$ 20,7 milhões

Fonte: G1



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