Florianópolis / Santa Catarina (31/03/2016) – A redução no volume de oferta de leite no mercado barriga-verde em março se refletiu nos preços de referência anunciados nesta semana pelo Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite).
O Conseleite projetou os valores do leite padrão para o mês, registrando aumento de 2,6%, passando para R$ 1,0419. O leite acima do padrão ficou em R$ 1,1982 e, abaixo do padrão, R$ 0,9472.
O vice-presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Adelar Maximiliano Zimmer, observa que a diminuição na oferta decorreu basicamente de dois fatores que impactaram a produção e a produtividade. Muitas vacas foram vendidas para abate em face dos bons preços da carne bovina no mercado interno. De outro lado, o alto custo das rações e outros insumos levou o criador a diminuir a qualidade e a quantidade da nutrição animal.
Também contribuiu com o enxugamento do mercado a maciça exportação de leite em pó do Brasil para a Venezuela.
Adelar Maximiliano Zimmer
“Teremos, doravante, um período de alta nos preços do leite em decorrência de uma oferta menor de matéria-prima”, prevê o dirigente, lembrando que as margens do produtor foram comprometidas ao longo de 2015 devido aos baixos preços praticados. “Já era hora do produtor começar a ter resultados melhores com a pecuária leiteira”, assinala Zimmer.
Lembra que os produtores de leite precisaram desembolsar mais recursos, em 2015, para a reforma de áreas de pastagem e silagem, insumos utilizados na alimentação das vacas. O primeiro item teve custo acrescido em 10% na comparação com o ano anterior, enquanto os gastos com o segundo insumo subiram, em média, 11% nas principais bacias leiteiras no País, em relação a 2014.
Os motivos que mais pesaram na silagem foram o aumento de demanda e a valorização do milho, principal componente deste insumo. Este item representa aproximadamente 15% do custo operacional efetivo (COE), que engloba as despesas rotineiras da atividade leiteira. É o terceiro que mais pesa nos custos de produção do leite, atrás apenas dos concentrados e da mão de obra.
“Com certeza os preços praticados pelas indústrias na aquisição da matéria-prima leite dos produtores rurais subirão, mas, os custos acompanharão essa escalada", resume o vice-presidente regional da FAESC.
Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina – FAESC
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Fonte: Canal do Produtor