A diminuição da área plantada nos primeiro e no segundo ciclo, além de um retorno da produtividade a níveis considerados normais para a cultura devem levar a uma produção de milho de 92 milhões de toneladas no Brasil na safra 2017/2018. A avaliação está em relatório feito por representantes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Nas estimativas dos adidos do governo americano, a safra brasileira será 6 milhões de toneladas menor que a registrada no período 2016/2017. Baseando-se em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o USDA destaca que, em dezembro de 2017, os preços médios praticados no país estavam 25% menores que os registrado no mesmo mês em 2016.
“Preços menores foram reportados, levando alguns dos principais produtores a reduzirem insumos para o milho neste ano, à medida os preços em muitas regiões do país estão abaixo do ponto de equilíbrio para o milho transgênico”, disse os técnicos do Departamento.
Eles lembram que, só para a primeira safra, a Conab prevê uma redução de 9,2 na área plantada em relação ao mesmo ciclo na temporada 2016/2017, especialmente nas regiões ao centro e sul do país. Na segunda safra, que concentra 70% da produção do cereal no Brasil, a expectativa é de um leve decréscimo na superfície semeada.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional, o atraso no plantio da soja trouxe incerteza para a janela de plantio da safrinha de milho, destaca o relatório. E, usando como referência informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ressalta ainda que pelo menos 30% do plantio deve ser feito fora do período considerado melhor para o desenvolvimento da cultura.
“Alguns agricultores no oeste de Mato Grosso consideram plantar algodão em vez de milho como segunda safra, em função dos preços mais atrativos no mercado global e dos estoque altos de milho”, dizem os representantes do USDA, no relatório.
Ainda de acordo com os representantes do governo americano, as exportações brasileiras de milho na safra 2017/2018 devem totalizar 34 milhões de toneladas, um milhão a menos que no período 2016/2017. O consumo interno é estimado em 61,5 milhões de toneladas.
“A maior parte do consumo da primeira safra de milho do Brasil é consumida pela crescente indústria de carnes, cujas previsões são de continuar o crescimento ao longo do ano. Colheitas recordes de soja e milho em 2017 reduziram o custo para os criadores no ano passado”, diz o relatório.
Fonte: Revista Globo Rural