A produção de etanol pelas usinas e destilarias do centro-sul do Brasil cresceu mais de 10 por cento na primeira quinzena de outubro, levando a fabricação do biocombustível no acumulado da safra 2017/18 a praticamente se igualar àquela observada em igual período do ciclo 2016/17.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o setor produziu 1,57 bilhão de litros de álcool nos primeiros quinze dias do mês, alta de 11,6 por cento no ano, sendo 895 milhões de litros de hidratado e 681 milhões de litros de anidro.
No acumulado da temporada, iniciada em abril, a fabricação de etanol alcança 21 bilhões de litros, queda de 1,66 por cento ante o mesmo período do ano anterior.
A produção do biocombustível, que vinha aquém da observada na temporada passada nos últimos meses, passou a se fortalecer em agosto, na esteira dos baixos preços do açúcar no mercado internacional e da aplicação de alíquotas maiores de PIS/Cofins sobre a gasolina, concorrente direto do hidratado.
Tanto que as vendas de hidratado pelas usinas e destilarias somaram 655,39 milhões de litros na quinzena, alta de quase 10 por cento sobre os 596,79 milhões de litros comercializados em igual período de 2016.
- Essa é a primeira quinzena na safra 2017/18 com vendas de hidratado significativamente maiores àquelas registradas no ciclo 2016/2017 – destacou a Unica.
Na primeira quinzena de outubro, 56,24 por cento da oferta de cana foi destinada à fabricação de álcool, contra 53,46 por cento na segunda metade de setembro e 50,38 por cento em igual período de 2016.
Com isso, a produção de açúcar na quinzena caiu 12,3 por cento, para 1,98 milhão de toneladas. No acumulado da safra, totaliza 31,2 milhões de toneladas, alta de 3,6 por cento.
MOAGEM
A moagem de cana nos primeiros quinze dias de outubro foi de 32,4 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 32,2 milhões de toneladas de igual período do ano passado.
Desde abril, o processamento totaliza 499,6 milhões de toneladas (queda de 1,7 por cento).
Pelas estimativas do mercado, faltam ainda pelo menos 80 milhões de toneladas de cana a serem processadas nas próximas quinzenas referentes à atual safra.
Há, inclusive, o sentimento de que a colheita deste ano termine mais cedo, após o tempo seco em setembro e início de outubro ter favorecido os trabalhos de campo. A falta de chuvas em alguns momentos da safra também reduziu o volume.
Grandes grupos sucroenergéticos vão terminar o ciclo mais cedo neste ano ou mesmo já deram início ao encerramento das atividades, em algumas unidades.
A Tereos Açúcar & Energia Brasil informou que deve encerrar a safra em novembro, enquanto no ano passado terminou em dezembro. A unidade Santa Helena, da Raízen Energia, encerrou o processamento no início da segunda quinzena de outubro, quase três semanas antes do previsto.
A Unica destacou que até 15 de outubro 18 unidades tinham encerrado a safra 2017/18, frente a 32 usinas até igual data em 2016.
- Essas unidades produtoras que já concluíram moagem apresentaram queda de aproximadamente 20 por cento na quantidade de cana processada neste ano quando comparada ao resultado final da safra 2016/17 – acrescentou a Unica.
Fonte: Reuters