A falta de chuvas na fase de plantio do algodão afetou o desenvolvimento da cultura em alguns estados brasileiros. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2015/2016 colheu 3,2 milhões de toneladas, queda de 17% se comparada à safra anterior. O resultado refletiu no desempenho do segundo maior produtor nacional, a Bahia, que teve redução de 16% na área plantada e 43% na produção. Os números foram apresentados na reunião da Câmara Setorial do Algodão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O Mato Grosso, líder na produção de algodão brasileiro, produziu 4% a menos em relação ao ano passado. Foram 2,2 milhões de toneladas ante 2,3 milhões de toneladas.
- A estiagem prejudicou algumas lavouras que dependiam de água para se desenvolver. Chuvas fora de época também impactaram negativamente a qualidade do algodão. Uma vez que o capulho se abre, a pluma não pode pegar chuva – explicou Alan Malinski, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A maior perda foi no estado do Piauí, que sofreu com o clima e colheu apenas 7 mil toneladas nesta safra. Na safra anterior, havia colhido 50 mil toneladas, queda de 87%. A redução de área de 14 mil hectares para 6 mil hectares também influenciou o resultado.
- Apesar do setor ter apresentado números ruins, a expectativa para a próxima safra é de crescimento da área plantada, pois os preços no mercado estarão melhores – afirmou Alan Malinski.
Durante a reunião, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou o Programa Standard Brasil HVI, que dará mais transparência e credibilidade às análises de comprimento, resistência e alongamento dos fios realizadas nos fardos de algodão produzidos no Brasil. O programa conta com 3 pilares: um laboratório que fará a rechecagem de 1% de todas as análises de HVI feitas no Brasil, um banco de dados das características intrínsecas e extrínsecas do algodão brasileiro e a orientação aos laboratórios de HVI.
Fonte: CNA