Um estudo revelou que o café colhido por pequenos produtores de Caconde (SP) tem o menor custo de produção do Brasil. Isso porque os cafeicultores da cidade têm aderido novas técnicas de manejo e com o uso de mão de obra familiar em sua maioria, tem diminuindo os custos com a produção.
A pesquisa foi realizada pela Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) junto com a Universidade Federal de Lavras (Ufla) pela Agência de Inovação do Café em pequenas lavouras do grão de estados do Sul e Sudeste. Dos 13 municípios visitados, Caconde é o que tem o menor custo de produção por saca de 60 quilos, o valor é de R$ 290. Já o custo médio no país é de R$ 373. Uma diferença de R$ 83 por saca.
Para os produtores da cidade conseguirem um baixo custo de produção eles dobraram o número de plantas por hectare, ou seja, gastam praticamente a mesma quantia para colher o dobro de café. Essa modalidade é chamada de cultivo adensado, no qual a produtividade por hectare chega a 50 sacas, mais que o dobro da média nacional, que no ano passado foi de 22 sacas.
Mecanização
Algumas técnicas de poda e renovação das lavouras também garantem plantas mais vigorosas e que, portanto, produzem mais. Em uma lavoura de 15 hectares de Caconde são colhidas 600 sacas. Segundo o trabalhador rural, Nilton Carlos da Silva, a colhedeira portátil agiliza o serviço.
- Em um cafezal desse porte na mão sairia na media de seis alqueires, já com a colhedeira chega a 20, em uma só pessoa – contou.
Outra ajuda vem do triciclo que substitui o trabalho de cinco homens na hora de secar o café no terreiro. Já o soprador é usado no lugar da peneira.
- É bem mais fácil de manusear ele do que a peneira. Em 15 minutos é feito o serviço de um dia inteiro – falou a trabalhadora rural Karina Lino Pereira.
O dono do sitio explica que a mecanização contribuiu para diminuir o custo porque reduz o gasto com mão de obra.
- A mão de obra hoje em dia está difícil, está cara e muitas pessoas não querem trabalhar com isso – ressaltou o produtor rural Flávio Donizetti Pereira.
Fonte: G1