Os agricultores do oeste da Bahia calculam uma perda de cerca de 40% na safra da soja produzida na região. Segundo a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), os prejuízos estimados ultrapassam a margem de R$1 bilhão. Os efeitos da estiagem e a queda do preço no mercado internacional são apontados como problemas.
Dono de uma fazenda de 344 hectares no município de Luís Eduardo Magalhães, o agricultor Aristeu Pellenz diz que quase a metade da lavoura foi perdida. Ele esperava colher uma média de 58 sacas por hectare, mas esse número só chegou a 30 sacas. A soja que ainda falta colher não anima em nada o produtor.
“Com 30 sacas, o produtor fica absolutamente no prejuízo. Hoje, por exemplo, se considerarem todos os custos de produção e com os preços que estão sendo praticados, com 40 sacas a gente está com o limite máximo de custo de produção”, afirma.
Pellenz destaca que o período de estiagem foi grande entre fevereiro e março. Com isso, os grãos estão menores e mais leves, uma situação que se repete em toda a região.
“Tem área que produziu 48 sacas, que hoje pagariam o custo, e tem áreas de 16 sacas, de 15 sacas, de 20. Essas, infelizmente, geram um prejuízo na faixa de 50%”, afirma Roni Reiman, diretor do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães.
Além da seca e a quebra na safra, o produtor sofre com outros agravantes. No mercado internacional, o preço de comercialização da soja está mais barato. No final do ano passado, quando foram fechados os contratos de venda da soja dessa safra, a média do preço por saca era de R$ 70. Agora, estão entre R$ 62 e R$ 64, uma queda aproximada de 10%. A recente queda do dólar é apontada como justificativa.
“Nós já plantamos uma lavoura com o custo altíssimo. Ninguém tinha a expectativa de que o dólar iria começa a cair agoira, justo na hora da venda. Tem todo um panorama político que nos afeta também”, argumenta o agricultor Aristeu Pellenz.
Fonte: G1 – BA
Fonte: Canal do Produtor