A demanda aquecida e a oferta relativamente restrita mantêm os preços dos etanóis hidratado e anidro em alta em São Paulo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (4/11) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com os pesquisadores, do lado da oferta, pesam as dificuldades na colheita por causa de chuvas em regiões produtoras, especialmente no estado de São Paulo, maior estado produtor do país. “Além disso, o baixo volume de etanol de outros estados no mercado paulista, em decorrência principalmente do encarecimento do frete, reforça o movimento altista”, diz a instituição, em nota.
Do lado da demanda, os pesquisadores do Cepea acreditam que o aumento das vendas do combustível esteja vinculado às discussões sobre a possibilidade de novo aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. A incidência maior da tarifa provocaria uma elevação de preços do derivado de petróleo, tendo influência sobre as cotações do derivado de cana-de-açúcar.
Diante do cenário, o etanol hidratado acumula 10 semanas seguidas de alta, de acordo com o indicador do Cepea, com base no mercado de São Paulo. De 26 a 30 de outubro, a cotação semanal medida pela instituição registrou média de R$ 1,6183 o litro (sem impostos), alta de 4,7% em relação à semana anterior. No etanol anidro, o indicador, também com base no mercado paulista, foi de R$ 1,7889 o litro (também sem a incidência de impostos) na última semana, alta de 3,2% em relação ao período anterior. Neste caso, são nove semana seguidas de elevação nos preços.
Açúcar
Os preços do açúcar cristal “dispararam” em outubro no mercado paulista e encerraram o mês com alta acumulada de 35%, de acordo com o Cepea. O indicador teve média de R$ 64,98 a saca de 50 quilos no mês passado, 27,3% superior à de setembro deste ano (R$ 51,06/saca de 50 kg) e 25,6% acima da de outubro de 2014 (R$ 51,75/saca de 50 kg). Os cálculos foram feitos considerando valores reais, com a inflação descontada conforme o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro.
O patamar atingindo em outubro não era observado desde a safra 2012/2013. No dia 30, o Indicador fechou a R$ 73,46 a saca de 50 quilos. “O movimento de alta segue desde o final de agosto de 2015, quando a exportação passou a remunerar mais que a venda doméstica”, informam os pesquisadores.
De acordo com eles, os aumentos mais acentuados ocorreram a partir do reajuste da gasolina (autorizado no final de setembro) que, por sua vez, elevou a demanda pelo etanol e resultou em maior direcionamento da cana-de-açúcar para produção do biocombustível. Além disso, nas últimas semanas, perspectiva de déficit na oferta de açúcar na temporada 2015/2016 também têm dado suporte à commodity.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor