O clima foi o grande vilão da segunda safra de milho 2015/16. O excesso de chuva no plantio e a estiagem em abril reduziu a produtividade das lavouras e frustrou a expectativa dos produtores. Em todo o Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção é estimada em 52,9 milhões de toneladas, 3% abaixo da safra 2014/15. No entanto, os preços históricos podem compensar as perdas e garantir uma boa rentabilidade para os produtores.
No Paraná, segundo o economista do Departamento de Economia Rural (Deral), Edmar Wardensk Gervásio, o potencial produtivo da safrinha de milho reduziu 500 mil toneladas em comparação a expectativa inicial de um recorde de 12,9 milhões, mas
- Apesar dos problemas de clima, a safra ainda supera os 11,6 milhões produzidos na temporada anterior e os produtores podem ter ganhos muito significativos – afirma o economista.
Os produtores paranaenses aproveitaram os preços mais altos da história e já comercializaram antecipadamente 21% da safra 2015/16. Há um ano, apenas 13% estava comprometida.
Em abril de 2015, o produtor recebia uma média de R$ 20,87 a saca. Neste ano, o valor subiu para R$ 37,18. Em algumas cidades, o preço chega a superar os R$ 40. Bom para os produtores, ruim para o setor de carnes que usa o milho como principal insumo da ração. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a preocupação é com o volume exportado de milho.
- Nós passamos de 400 mil toneladas mensais embarcados. Nunca se viu isso. Temos que ter garantia de que vamos ter milho para abastecer o nosso mercado. Com esses preços, a conta não fecha – explica.
Fonte: Gazeta do Povo