A produção de aves e suínos do Espírito Santo tem sido fortemente impactada pelas consecutivas altas no preço do milho, principal insumo usado na preparação da ração dos animais. Somente em 2015, o preço do grão no mercado interno aumentou mais de 60% – nos últimos 120 dias a alta foi de 31%.
O aumento dos gastos com energia elétrica e combustível também impactou os setores. Para se ter uma ideia, o preço dos fretes subiu cerca de 45% um ano.
Isso fez com que, somente em janeiro, os custos de produção de suínos e frangos subissem, respectivamente, 27% e 41%, em relação ao mesmo mês de 2015.
Os cálculos são da consultoria especializada em agronegócio Agroconsult, que prevê que o cenário do milho deve permanecer sem alterações até o fim do ano.
Segundo dados do governo estadual, o Espírito Santo produz aproximadamente 10% do milho utilizado na avicultura e na suinocultura. O restante é trazido principalmente da região Centro Oeste. O milho é o componente predominante das rações, correspondendo a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos.
Isenção do ICMS
Na tentativa de amenizar a alta do preço do milho no mercado interno e afastar a ameaça do desabastecimento, o governo do estado conseguiu aprovar um projeto de lei que isenta a cobrança de ICMS na importação de milho.
A matéria determina que até o dia 30 de novembro os produtores rurais não pagarão no ato da importação os 12% de ICMS que incidem sobre o produto.
- O milho teve uma explosão de preço, deu um desequilíbrio no mercado, fruto de uma frustração de produção. Abri uma ‘janelinha’ para eles (suinocultores e avicultores) poderem importar o grão – disse o governador Paulo Hartung na quinta-feira (19), no Palácio Anchieta.
Na avaliação das Associações dos Avicultores e dos Suinocultores do estado – Ases e Aves –, a isenção do imposto vai garantir a competitividade dos setores, que consomem cerca de 750 mil toneladas de milho por ano.
O diretor executivo da associação, Nélio Hand, revela que a importação de 25 mil toneladas de milho já foi fechada com a Argentina, e afirma que o abastecimento é um gargalo antigo, mas se intensificou em 2015.
Fonte: G1 – ES