O surto de peste suína africana na Ásia aqueceu o mercado internacional de proteínas. No acumulado de 2019, a grande demanda fez o preço do suíno subir 30%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a pesquisadora Juliana Ferraz, foi em São José do Rio Preto (SP) que as cotações registram as valorizações mais significativas, cerca de 34%.
De acordo com a especialista, a tendência é que o movimento se mantenha no próximo ano.
“A demanda interna e externa continuará impulsionando os preços da carne. Além disso, a gente tem outro fator que é o elevado patamar da carne bovina, que acaba contribuindo para as demais proteínas, como a suína e de frango”, diz.
A valorização do animal levou suinocultores a investirem na cadeia. Questionada se isso pode frear o ritmo de altas nos preços, Juliana Ferraz diz que isso é pouco provável no curto prazo.
“A gente percebe, sim, que algumas agroindústrias, principalmente os grandes players do mercado, têm investido no aumento da produção, mas os independentes estão mais cautelosos, porque há um receio de que em um futuro próximo essa demanda internacional acabe se normalizando e o pessoal fique com capacidade ociosa”, conta.
A pesquisadora afirma que a relação de troca com insumos foi bastante favorável em 2019.
“Os preços dos principais insumos subiram no segundo semestre, mas em uma intensidade menor que o preço do suíno, então essa relação de troca está bastante favorável frente ao milho, ao farelo de soja”, diz.
Para o ano que vem, a tendência é que essa condição continue, diz Juliana.
“É claro que vai depender de questões macroeconômicas, do setor externo de grãos. No entanto, a perspectiva é boa, não tende a pressionar tanto os preços no mercado doméstico”.
Fonte: Canal Rural