O sócio-diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, afirma que o Brasil diminuiu o ritmo de exportação de milho neste ano após o tabelamento do frete, o que deve gerar um volume maior de estoques de passagem. Somado a isso, a expectativa é de área cultivada e de produção maiores do cereal na safra 2018/2019.
“É provável que os preços recuem. Não para níveis que estavam no ano passado, mas mais baixos do que os de 2018″, avalia Cogo.
Ele ressalta que o câmbio está mais alto, assim como a paridade para exportação. “Portanto, mesmo que caia, o preço ainda vai ser remunerador ao agricultor.”
O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado no começo deste mês indica que a produção de milho total pode chegar até 91,1 milhões de toneladas, ante 80,7 milhões de toneladas em 2017/2018.
Na avaliação do analista da INTL FCStone, João Macedo, essa queda representaria uma normalização dos preços para um patamar de uma temporada com condições comuns, já que os valores atuais ainda refletem a menor produção na safrinha e o câmbio. “Os preços devem continuar caindo até a 2ª safra caso nenhum problema climático ocorra. Em março e abri esse cenário estará melhor definido.”
A média das cotações de outubro até o momento é de R$ 37,2 a saca de 60 quilos ante R$ 31,26 no mesmo mês do ano passado, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na segunda-feira o indicador fechou a R$ 35,10.
Exportações
De acordo com o diretor-geral da Associação de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, os embarques do grão devem fechar o ano em 20 milhões de toneladas se continuarem no ritmo atual. Conforme a entidade, até o dia 20 deste mês foram embarcadas 14,4 milhões de toneladas.
“No próximo ano, voltaremos aos patamares de 2017″, afirma Mendes. Em 2017, os embarques somaram 30 milhões de toneladas.
Para Cogo, alcançar esse patamar depende de uma solução para o tabelamento de fretes. “A exportação de alguns importantes alimentos e grãos foi afetada, mas a partir do ano que vem deve haver algum tipo de consenso sobre frete e a gente deve começar o ano em um ritmo mais harmonioso para os embarques”, avalia.
Macedo, da INTL FCStone, estima que as exportações de milho deste ano devem ficar entre 21 milhões de toneladas 23 milhões de toneladas. “É um volume otimista, mas factível”, diz o analista O analista estima que os embarques devem voltar ao patamar de 28 milhões de toneladas a 30 milhões de toneladas em 2019.
A Conab estimou embarques de 25,5 milhões de toneladas em 2017/2018 e de 31 milhões de toneladas na safra 2018/2019.
Fonte: União Dos Produtores de Bioenergia