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PREÇO DO LEITE REGISTRA QUINTA ALTA CONSECUTIVA, DIZ CEPEA

O preço do leite pago ao produtor chegou a R$ 1,5175/litro em maio, elevação de 1,7% (ou dois centavos) na comparação com o mês anterior, segundo levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O órgão destaca que essa é a quinta alta consecutivo considerando os preços na “Média Brasil”. Desde o início do ano, os preços ao produtor já registraram alta de 20,4%.

O preço médio de janeiro a maio de 2019 supera em 25,3% o do mesmo período do ano passado, em termos reais. Segundo o Cepea, a expressiva valorização do leite ao produtor está atrelada à oferta limitada no campo e à maior competição entre indústrias para garantir a compra de matéria-prima. O Índice de Captação Leiteira do Cepea (ICAP-L) caiu 0,7% de março para abril e já acumula recuo de 9,8% desde o início do ano.

Para o pecuarista, o momento é de aumento das margens. Segundo pesquisas do Cepea, o aumento do Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os desembolsos correntes das propriedades leiteiras, foi de apenas 0,57% no acumulado da “média Brasil” de janeiro a abril, muito abaixo da alta verificada na receita.

No entanto, os laticínios enfrentam dificuldades em repassar a alta da matéria-prima para o consumidor. As médias de preços do leite UHT e do queijo muçarela de janeiro a maio deste ano estão, respectivamente, 7,5% e 9,8% superiores às do mesmo período de 2018, em termos reais. Desde o início do ano, a cotação média da muçarela negociada entre indústrias e atacado do estado de São Paulo teve alta acumulada de apenas 3%, mas atingiu patamares muito acima dos verificados em anos anteriores. Por outro lado, o leite UHT se valorizou em 20,8% no acumulado de 2019, mas os patamares de preços continuam próximos dos negociados em 2018.

No atual contexto de estagnação econômica e de consumo fragilizado, observa-se concorrência acirrada entre os laticínios para a venda de derivados, além de elevada pressão dos canais de distribuição para reduções nos preços dos lácteos. Com margens espremidas, as indústrias devem pressionar o segmento produtivo nos próximos meses.

Diante desse cenário, o Cepea recomenda que o pecuarista se mantenha informado e aproveite o momento de melhor receita para se planejar com cautela. Também é essencial que a relação entre produtor e indústria se fortaleça para evitar que as especulações e ruídos de informação prejudiquem as atividades no longo prazo.

Fonte: DATAGRO


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