O mercado global de café arábica deve passar para um déficit significativo na safra 2017/18, ante superávit da temporada anterior, uma tendência não refletida nos contratos futuros atualmente, afirmou a corretora Marex Spectron nesta terça-feira.
- Os preços futuros de hoje são um reflexo justo do excedente de arábica de 2016/17, mas subestimam o déficit geral de 2017/18 e não contêm prêmio climático para 2018/19 – afirmou a Marex em relatório de mercado de junho.
Os futuros do café arábica no ICE caíram para uma mínima de 16 meses na semana passada de 1,155 dólar por libra-peso, o que representa um declínio de cerca de 17 por cento desde o início do ano. Neste terça-feira, o contrato operava a cerca de 1,25 dólar.
A Marex previu um déficit global (arábica e robusta) de 4,4 milhões de sacas de 60 kg em 2017/18, em comparação com um superávit de 0,9 milhão em 2016/17.
A produção global deverá cair para 152,4 milhões de sacas de 60 kg, ante 155,5 milhões da temporada anterior, refletindo principalmente um declínio na safra brasileira.
- A colheita inicial não é sempre um reflexo justo da colheita total, mas fala-se de grãos menores de arábica – afirmou Marex, prevendo um declínio no total produção brasileira para 50 milhões de sacas, ante 55,8 milhões.
- E a precipitação na maioria das áreas arábica esteve abaixo da média durante os últimos três meses da fase de crescimento da cereja, então isso é plausível – acrescentou a corretora, observando que a safra de arábica 2017/18 foi estimada em 38,5 milhões de sacas e a de robusta em 11,5 milhões.
A Marex prevê que a produção total no Vietnã, principal produtor de café robusta, aumentaria para 28 milhões de sacas em 2017/18, ante 24,5 milhões na temporada anterior.
- No balanço, a produção robusta (global) está prevista para aumentar cerca de 4 milhões de sacas, mas, com base em uma arbitragem inalterada, provavelmente permanecerá em déficit – disse Marex.
A demanda global em 2017/18 foi estimada em 156,8 milhões de sacas, ante 154,6 milhões na temporada anterior.
Fonte: Reuters