O potencial produtivo das lavouras de soja no Rio Grande do Sul é animador: exceto em locais pontuais, São Pedro foi generoso e mandou chuva em abundância neste verão. O resultado está visível no campo com uma planta de porte alto e carregada. O agricultor, Rosemar Roesller (foto), que plantou 800 hectares em Cruz Alta e Boa Vista do Incra ficou surpreso com a primeira soja colhida: uma variedade hiperprecose produziu 64 sacas/ha.

– Surpreendeu porque a soja não tinha altura, era baixinha, achava que não passava de 55 sacas/ha, mas foi só colocar a máquina que deu soja. Agora vão ter lavouras que vão chegar a atingir 90 sacas/ha, devido ao capricho e ao investimento em agricultura de precisão – imagina o produtor que aposta em uma produtividade geral acima de 70 sacas/ha.

Quem também está confiante no desempenho da cultura é o sojicultor de Tapera, Gilmar Batistela (foto de chapéu). Nos 140 hectares, ele acredita que o rendimento médio supere as 60 sacas/ha.

– Por baixo, espero 60 sacas/ha. A soja está muito bonita, tem tudo para ser uma produção acima da média – destaca.

O agricultor, Marco Antônio Ottoni, espera a mesma produtividade nos 1500 hectares que cultiva nos municípios de Salto do Jacuí, Jacuizinho, Estrela Velha e Boa Vista do Incra. Do total da área, 560 hectares são irrigados, mas neste ano os pivôs não foram muito acionados.

– Não faltou chuva e a soja tá com um porte excepcional. Não podemos fechar menos de 60 sacas/ha – relata Ottoni.

Essa expectativa dos produtores é confirmada pelos levantamentos de consultorias especializadas. Conforme projeção da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, de Porto Alegre, a safra gaúcha será de 14,2 milhões de toneladas – a maior de todos os tempos, superando em torno de 10% os 12,8 milhões de toneladas obtidas na temporada 2013/14 que é a maior colheita até o momento no Rio Grande do Sul. No Brasil, a safra de soja também deve ser histórica, porém as consultorias privadas acreditam que a colheita não alcance aos 94,5 milhões de toneladas previstos atualmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Conforme a Agrinvest do Paraná, nos 31,6 milhões de hectares no País a colheita deve abaixo de 92 milhões de toneladas. Já a Carlos Cogo Consultoria é um pouco mais otimista e prevê uma produção de 92,9 milhões de toneladas – 7,9% maior que a safra passada. Esses números menores em relação a projeção da Conab são explicados pela quebra e perda de potencial produtivo na região de fronteira agrícola que contempla os estados da Bahia, Maranhão e Piauí e nos três estados do centro-oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Comparativo safra de soja