No intuito de mostrar a importância das práticas agroecológicas aos agricultores e agricultoras familiares, nesta segunda-feira (22), especialistas estiveram reunidos na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), em Brasília, para debater o tema ao vivo, via videoconferência.
A agroecologia é um princípio fundamental na agricultura familiar, já que se propõe à produção de alimentos saudáveis, sem prejudicar o meio ambiente, levando em conta aspectos socioculturais e econômicos.
- As políticas de Aassistência Técnica e Extensão Rural (Ater) precisam acompanhar esse contexto – afirmou Jean Mark, conselheiro do Condraf.
Apesar dos avanços na produção saudável, ainda é preciso trabalhar o tema em diversos espaços. “A Ater hoje, infelizmente, favorece o modelo de produção tradicional. Muitos técnicos de Ater não têm a formação adequada. Precisamos descobrir como ajustar as políticas à produção agroecológica”, propôs o conselheiro.
De acordo com Paulo Petersen, presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) é uma boa referência para nortear a transição da política de Ater tradicional para o modelo agroecológico.
- Temos que mudar também as instituições, não só as políticas. As universidades, por exemplo, precisam sair da referência produtivista e ver a agroecologia como uma ciência – disse.
Cerca de 200 participantes online, de todas as regiões do Brasil, estiveram acompanhando a transmissão e enviando perguntas.
Mulheres e agroecologia
Muita gente não sabe, mas as mulheres têm um papel fundamental na promoção da agroecologia, segundo Iridiane Seibert, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).
- Nosso papel é histórico na produção de alimentos saudáveis, no cuidado dos pequenos animais, na preservação das sementes crioulas e do saber popular – salientou.
2ª Cnater
A videoconferência serve de base para discussões que serão abordadas na 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ª Cnater), que vai ocorrer em Brasília, de 30 de maio a 3 de junho de 2016. Até lá, a estimativa é que aproximadamente 40 mil pessoas tenham sido mobilizadas em conferências municipais, territoriais, estaduais e temáticas de Ater. Ao fim do processo, um documento será construído para nortear as políticas de Ater do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pelos próximos anos.
Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário