O segundo acompanhamento da adoção de biotecnologia agrícola no Brasil, safra 2016/17, apresenta praticamente o mesmo número do relatório anterior, atingindo área total de 52,5 milhões de hectares, para as culturas de soja, milho (verão e inverno) e algodão. Em relação à adoção dos eventos transgênicos, a adoção permanece em 93,4% da área total semeada com as referidas culturas, ou 49,1 milhões de hectares.
Na análise das tecnologias, o evento (RI/TH) atingirá 32,0 milhões de hectares, somando as três culturas analisadas, representando taxa de adoção de 65,1%. Esta tecnologia tenderá a ser, cada vez mais, dominante dentre as culturas atuais.
O número de tecnologias aprovadas com genes combinados chegou a 27 (46,5% do total), sendo apenas uma para a cultura da soja, 22 para a cultura do milho e 12 para o algodoeiro.
No total, são 58 eventos aprovados para comercialização (oito resistentes a insetos, 19 tolerantes a herbicidas, 27 com genes combinados, um resistente a doenças, um para aumento de produtividade, um para aumento de rendimento industrial e um tolerante ao estresse hídrico). Vale lembrar que em outubro, a CTNBio, pela primeira vez, aprovou para fins de importação (e não cultivo), três eventos de milho geneticamente modificado – um tolerante ao herbicida glifosato, um tolerante ao estresse hídrico e outro com fins industriais, promovendo o aumento de rendimento para produção de etanol. Tais eventos foram aprovados em caráter de exceção, para suprir a demanda do cereal neste ano.
A soja stack, mesmo com apenas um evento aprovado até o momento, é a tecnologia mais cultivada no país, atingindo 20,2 milhões de hectares na safra 2016/17. Como observado no relatório anterior, é clara a captura de benefícios para os sojicultores, tanto no aspecto econômico, quanto na melhoria do manejo e na facilidade de produção. Entretanto, a produtividade ainda não atingiu seu completo potencial, ficando semelhante à tecnologia TH.
Para o total da cultura da soja, a área com cultivares transgênicas manterá os 32,7 milhões de hectares apontados no relatório anterior. O milho (verão + inverno) continuará na segunda posição, alcançando 15,7 milhões de hectares. O milho inverno geneticamente modificado atingirá 91,8% da área total semeada, ou 10,4 milhões de hectares. Os eventos RI/TH chegarão em 7,1 milhões de hectares (porém com a mesma taxa de adoção anterior, de 62,4%).
No caso do milho verão, os números do segundo levantamento da safra 2016/17 mostram um total de 5,3 milhões de hectares, ou 82,3% de adoção. Vale lembrar que a adoção do milho verão provavelmente permanecerá nesta taxa, pois a adoção do produto transgênico na região centro-sul (onde a concentração de agricultores de média a alta tecnologia é maior) já chega ao seu limite, com 95,5%. Aliado a isso, para as regiões Norte e Nordeste (onde o uso de tecnologia ainda é baixo), a perspectiva de aumento de adoção é baixa (ficando em torno de 61,1%).
Portanto, o milho transgênico no Brasil totalizará 88,4% de taxa de adoção, sem variação em relação aos dados relatados anteriormente. Deste total, 63,9% serão cultivados com eventos RI/TH, devido, principalmente, ao grande número de tecnologias oferecidas no mercado e a alta aceitação por parte dos agricultores.
A adoção de algodão GM na safra 2016/17 permanecerá nos atuais 78,3% do total semeado, mas com uma diminuição de 7,9% na área (em comparação com o relatório anterior), totalizando 726 mil hectares. Assim como para soja e milho, a tecnologia RI/TH é a mais utilizada, alcançando 392 mil hectares, ou 42,3% da área total.
A análise das tecnologias demonstra liderança dos eventos com genes combinados, que somarão 32,0 milhões de hectares, ou 65,1% do total semeado com tecnologia geneticamente modificada, permanecendo os números citados no levantamento anterior.
Fonte: Céleres