Com a janela de plantio se fechando e a previsão de chuva para os próximos dias, a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) bateu o martelo e irá pedir ao Ministério da Agricultura a ampliação do calendário. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área semeada não passa de 42%.
A Emater contabiliza 44%. Ou seja, ainda há amplo trabalho a ser feito em um prazo muito curto.
– Já vejo como gravíssima a situação das lavouras. Passou de amarelo para vermelho piscante – avalia Henrique Dornelles, presidente da Federarroz.
Ele tem mantido uma linha direta com o Ministério da Agricultura e,nesta quinta-feira, por telefone, já sinalizava a necessidade de estender o período de plantio para algumas cultivares – como as do grupo 4, cujo prazo já expirou. O Irga organiza nota técnica que deve embasar o pedido formal.
O documento pode ser encaminhado ainda nesta sexta.
– Temos mantido linha aberta com o ministério. A impressão que tenho é de que estão só esperando o documento para apertar o botão – estima Dornelles.
Há duas semanas, na passagem da presidente Dilma Rousseff pelo Estado, a Secretaria da Agricultura também havia sinalizado a necessidade de uma eventual ampliação do período recomendado para o plantio.
A importância em ganhar um prazo extra para a semeadura está no fato de que só dentro do período oficial o produtor tem as garantias da cobertura do seguro rural.
A preocupação não se limita, no entanto, à largada da safra.
O reflexo do clima deve aparecer também no volume produzido. A Federarroz estima que haverá perda de produtividade, e trabalha com a perspectiva de colheita inferior a 8 milhões de toneladas – no ciclo passado, o RS, maior produtor nacional, colheu 8,62 milhões de toneladas.
O atraso no começo altera também o final do ciclo.
Fora do período recomendado, os resultados obtidos são uma loteria. Dornelles pondera ainda que, se a produtividade média cair 10%, os preços de mercado do cereal já não cobririam os gastos.
Fonte: Zero Hora