Governo defende aumento gradual do financiamento privado para o setor. Recursos e taxas para o novo ciclo serão anunciados em 12 de junho.
A linha de crédito oficial do Brasil para máquinas agrícolas, chamada Moderfrota, tem juros anuais de 7,5% e 7 anos para pagamento. A linha de crédito oficial do Brasil para máquinas agrícolas, chamada Moderfrota, tem juros anuais de 7,5% e 7 anos para pagamento .
A incerteza em torno do novo Plano Safra brasileiro está preocupando os executivos das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, já que um atraso na definição do programa pode prejudicar suas vendas.
Apesar de uma perspectiva relativamente positiva para o setor agrícola brasileiro, conforme o país colhe grandes safras de soja e milho, diretores da John Deere, Case IH e AGCO estão receosos com novas regras de financiamento, uma vez que o novo governo do Brasil promete cortar o crédito público para o setor privado.
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O governo do Brasil há anos subsidia as taxas de juros de empréstimos para agricultores, devido a um histórico de juros altos no país. O governo federal paga aos bancos a diferença entre as condições que estabelece para os agricultores no pacote anual de crédito agrícola e os do mercado.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, o principal formulador de políticas do presidente Jair Bolsonaro, defende um aumento gradual do financiamento privado para o setor agrícola.
“Acho que essa visão liberal é importante para o país. Mas precisamos de um período de transição, de acomodação”, disse Rodrigo Bonato, diretor de vendas da John Deere, à Reuters na Agrishow, a maior exposição de equipamentos agrícolas da América Latina.
“Essa falta de informação sobre o novo plano causa ansiedade entre os agricultores, perturba sua tomada de decisão”, disse ele, acrescentando que esta é a época do ano em que os agricultores brasileiros geralmente planejam suas próximas colheitas.
A linha de crédito oficial do Brasil para máquinas agrícolas, chamada Moderfrota, tem juros anuais de 7,5% e 7 anos para pagamento. Ao G1, o Ministério da Agricultura confirmou que as taxas devem subir no plano próximo plano Safra. Os percentuais ainda estão sendo negociados.
Uma linha privada em um banco comercial normalmente custa 11%, com pagamento em 5 anos.
“Os interesses são críticos quando um agricultor calcula o retorno de investimentos como comprar uma máquina grande. Uma linha com 11% ainda é muito alta e acredito que o governo entende essa dificuldade estrutural”, disse Christian Gonzalez, vice-presidente da América do Sul para a Case IH, o braço de máquinas agrícolas da CNH Industrial.
Luís Felli, chefe da AGCO para América do Sul, disse que os agricultores basicamente gastaram todo o crédito disponível do último pacote oficial de financiamento e estão esperando para verificar as condições do novo programa antes de planejar investimentos.
Os recursos para o Plano Safra 2019/20 serão anunciados no dia 12 de junho, segundo o governo.
Fonte: Reuters