O Plano Safra para o ciclo 2016/2017 deve ser revisto. Foi o que afirmou João Henrique Hummel Vieira, diretor executivo do Instituto Pensar Agro, ligado a associações que representam diversos setores do agronegócio. Ele fez a afirmação, nesta quinta-feira (19/5) durante o Clube da Fibra, evento voltado para a cadeia produtiva do algodão, realizado pela FMC, em Recife (PE).
- Politicamente, o Plano Safra deve ser revisto em alguns conceitos. Acho que a Frente Parlamentar (da Agropecuária) e o ministro (da Agricultura, Blairo Maggi) têm condições de sentar para ver isso – disse Hummel, durante painel que discutiu o cenário político e econômico do país.
Anunciado no início deste mês, poucos dias antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff, em função do processo de impeachment, o Plano Safra prevê recursos de pouco mais de R$ 202 bilhões para custeio, investimentos e financiamento da produção agropecuária. As taxas de juros variam de 8,75% ao ano a 12,75% ao ano. As condições começam a valer a partir de primeiro de julho, início oficial do nodo ano-safra.
O anúncio gerou críticas de entidades que representam o agronegócio. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por exemplo, considerou que o plano foi divulgado de forma precipitada, já que havia a expectativa de afastamento da presidente Dilma Rousseff e, desta forma, a regulamentação deveria ser feita por um novo governo.
Adequações
Questionado sobre o assunto, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Marcos Montes (PSD-MG), que também participou dos debates no Clube da Fibra, não falou em revisão do Plano Safra. Mas considerou a possibilidade de adaptações nos critérios anunciados pelo governo federal.
- Temos que entender que é o Plano Safra que nós temos e claro que algumas adequações podem e devem ser feitas a critério de discussões que nós teremos com o ministro da Agricultura – disse o parlamentar.
Ele descartou a possibilidade de ajustes nos volumes de crédito para as linhas de financiamentos previstas no plano. No entanto, disse acreditar, por exemplo, na possibilidade de discussão sobre as taxas de juros.
- Há um conjunto de situações, mas temos que entender a situação em que o governo se encontra – afirmou Montes.
Fonte: Globo Rural