Com um crescimento relativamente pequeno no volume de recursos para financiamentos e juros levemente mais baixos, o Plano Safra 2017/18 anunciado nesta quarta-feira foi o programa governamental “possível” dentro das atuais condições fiscais do país, avaliou a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
E uma nova produção recorde de grãos no ano que vem é possível, se o tempo colaborar novamente, com produtores contando com mais recursos próprios e outras fontes de financiamento para investir em seu negócio, disse o diretor-executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.
Ele destacou alguns pontos positivos no Plano Safra, como o programa direcionado à armazenagem.
- É aquela história de olhar o copo meio cheio e meio vazio. Vamos olhar a parte cheia. Tem o recurso de 190,2 bilhões de reais… sempre vai precisar de mais recurso, mas pelo ajuste fiscal em curso é o que dava para fazer – afirmou Cornacchioni, que participou da cerimônia de lançamento do plano em Brasília.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, havia falado anteriormente que os recursos para financiamentos ficariam praticamente estáveis em relação ao anunciado para a safra passada, em torno de 185 bilhões de reais, mas acabaram superando a cifra de 2016/17.
Os juros para os principais programas tiveram queda de cerca de um ponto percentual, conforme havia indicado o ministro anteriormente.
Mas o executivo da Abag ressaltou alguns programas de financiamento que tiveram queda maior no juro, de dois pontos percentuais, como foi o caso do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
- Juro de 6,5 por cento (ao ano) é um incentivo para retomada, o déficit (de armazenagem) está muito alto, e a produção de grãos está crescendo, precisamos do programa para cobrir déficit de armazenagem – disse ele.
Segundo ele, se o tempo favorecer, a expectativa é de uma safra de grãos acima de 230 milhões de toneladas novamente no ano que vem. A atual está estimada em um recorde de 232 milhões de toneladas.
- Após uma safra boa, produtor fica menos amarrado ao governo, ele tem mais flexibilidade, pode pôr mais recursos próprios, o mercado de capitais pode disponibilizar mais, tem as tradings – afirmou.
Cornacchioni citou o aumento do volume de recursos para Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), além do crescimento de 37,5 por cento, para 550 milhões de reais, no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Fonte: Reuters