Os presidentes das Federações da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Doca Veronez, do Amazonas, Muni Lourenço Silva Júnior, de Rondônia, Francisco Ferreira Cabral, e do Tocantins, Paulo Carneiro, participaram da apresentação do Plano de Desenvolvimento Agropecuário da Região Norte, feita pela ministra da Agricultura, Pecuária, e Abastecimento, Kátia Abreu, nesta quinta-feira (21/5), em Brasília (DF). O plano tem por objetivos alavancar a atividade rural de forma ambientalmente sustentável, eliminar os gargalos da produção, possibilitando o crescimento socioeconômico da região.
O plano tem propostas para logística e infraestrutura, abastecimento regional, defesa sanitária, segurança alimentar, incentivo às culturas locais, ampliação da classe média no campo, pesquisa e inovação, entre outros pontos que serão discutidos em grupos de trabalho.
A execução do plano terá a participação dos governos estaduais, instituições de pesquisa e entidades ligadas ao setor produtivo dos sete estados da região (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e do Maranhão. Os presidentes das federações da região Norte, presentes ao evento, receberam bem as propostas e relataram alguns gargalos que impedem o crescimento da produção agropecuária regional e o potencial de algumas atividades específicas.
Segundo Assuero Doca Veronez, o estado enfrenta sérios problemas de infraestrutura, tanto para abastecer o mercado interno, quanto para embarcar o produto para outros estados e países. Neste contexto, defendeu a construção de modais que liguem o Acre ao Oceano Pacífico, para facilitar a exportação. Ele destacou, também, o potencial da piscicultura local.
- Precisamos de políticas públicas para aprimorar a produção no Acre – destacou Veronez.
Muni Lourenço Silva Júnior revelou que o estado do Amazonas tem grande dependência da importação de alimentos de outras regiões. Desta forma, defendeu medidas para estimular as culturas amazonenses. Disse, ainda, que o estado tem apenas 3% de área aberta no bioma amazônico. Com tecnologia, ressaltou, pode-se ampliar a produtividade apenas neste percentual.
- Não precisamos abrir novas áreas e temos amplas condições de ter uma produção sustentável – afirmou.
Francisco Ferreira Cabral defendeu a melhoria das condições da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Por sua vez, Paulo Carneiro propôs a criação de escolas agrícolas, para desenvolver a educação no campo e a capacitação de produtores e trabalhadores rurais. Na avaliação do secretário executivo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Daniel Carrara, é preciso estimular a produção local para “fazer valer a pena a comercialização”.
O Plano de Desenvolvimento Agropecuário da Região Norte foi desenvolvido a partir de um diagnóstico da região elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo dados apresentados no encontro, Pará e Rondônia têm a agropecuária mais desenvolvida, correspondendo a 33% e 31%, respectivamente, do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio da região. No Amazonas, em Roraima, no Amapá e no Acre, a maioria da população vive nas grandes cidades, geralmente nas capitais dos estados, contribuindo com uma pequena porcentagem do PIB do agronegócio.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA