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PISCICULTURA COM BOAS PERSPECTIVAS

O setor de peixe no Brasil deve crescer entre 10% e 12% em volume neste ano. A avaliação é da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR). A entidade representativa do setor mantém o otimismo diante do atual cenário econômico, mesmo já tendo revisado suas estimativas que, inicialmente, apontavam para uma expansão de 15% a 17%.

De acordo com dados da própria PeixeBR, atualmente o setor tem uma produção anual em torno de 585 mil toneladas e vem mantendo um ritmo de expansão em torno de 10% ao ano. A movimentação financeira da atividade é estimada em R$ 4 bilhões a cada 12 meses.

- Esses 10% já estão garantidos independente de qualquer situação que acontecer – acredita o secretário executivo da entidade, Francisco Medeiros. Ele explica que o comportamento normal do mercado é de aquecimento no início e no fim do ano. Em 2015, apesar da conjuntura de incertezas, o ritmo de negócios neste final de 2015 segue o que ele chama de curva normal de crescimento – afirmou.

A PeixeBR foi criada a partir da fusão da Associação Brasileira da Indústria de Processamento de Tilápia com a Associação Brasileira dos Produtores de Tilápia. Com foco em peixes cultivados, tem atuação nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Ceará, Minas Gerais e Mato Grosso, que concentram 80% dos negócios no Brasil.

De acordo com Francisco Medeiros, pequenos criadores representam 20% do total produzido pelos associados à entidade. Se fossem contados individualmente, seriam em maior número. No entanto, por serem mais pulverizados, sua inclusão é feita pro meio de associações ou cooperativas.

- Mas eles são fundamentais. O consumidor pode até não comprar direto dele, mas há toda uma infraestrutura de pequenos produtores que dão base ao negócio. Em algumas regiões, sem eles não haveria cooperativa e o mercado ficaria desabastecido”, explica o secretário executivo da PeixeBR, entidade que aderiu como apoiadora ao movimento Compre do Pequeno Negócio, iniciativa do Sebrae para gerar demanda por produtos e serviços de empresas de menor porte – falou.

Associada à PeixeBR, a Cooperativa Agroindustial Consolata (Copacol), com sede em Cafelândia (PR), segue esse perfil, explica o supervisor de piscicultura, Mauricio Luiz Kosinski. Pequenos criadores compõem a maioria dos 170 integrados. A cooperativa foi fundada em 1963 por um padre e outros 32 agricultores que migraram de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para a região, e atua, principalmente, em grãos e carnes.

A piscicultura passou a fazer parte do portfólio em 2008. Com foco na produção de tilápias, a Copacol mantém sua base de operações no segmento em um complexo integrado, no município de Nova Aurora. E em 2014, só no segmento foram investidos R$ 6,20 milhões. A maior parte (R$ 4,83 milhões) em uma unidade de produção de alevinos, também localizada em Nova Aurora – que, de acordo com o último relatório da administração, “possibilitou o domínio da cadeia produtiva”. Atualmente, a piscicultura representa 4% do faturamento total da cooperativa.

O crescimento da produção tem sido expressivo. Em 2008, o processamento médio foi de 1,6 mil peixes por dia. Neste ano, o movimento é de 70 mil, o equivalente a 50 toneladas diárias. No ano passado, o processamento total foi de 17 milhões de unidades, 31,78% a mais que em 2013 (12,9 milhões). Em toneladas de carne do peixe, a produção anual cresceu 21,39%, de 3,525 mil para 4,279 mil. A meta para este ano é abater 20 milhões de tilápias.

- Apesar de todo o cenário político-econômico conturbado, 2015 tem sido um bom ano para piscicultura. Outro fator importante é a condição climática, pois o inverno não foi intenso, o que contribui para o desenvolvimento e criação das tilápias” – diz Kosinski.

Fonte: Globo Rural



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