Com a epidemia da peste suína africana na China, os produtores de suínos locais devem levar ao abate de até 200 milhões de animais. Diante desse cenário, os preços da carne suína nos Estados Unidos devem ter um suporte já que o país exportará mais carcaças para a Ásia a fim de suprir a demanda local.
Empresas e especialistas prevêem que o aumento das exportações deve sustentar também produtos derivados. De acordo com as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), afirmam que as perdas decorrentes do surto de PSA na China vão superar toda a produção de carne suína norte-americana neste ano, na qual representa uma queda de 5% no mercado global de carnes e um possível aumento de 33% nas importações chinesas.
Durante evento realizado em Nova York na última quarta-feira (15), o CEO global da Tyson Foods, Noel White, destacou que a epidemia vai afetar todo o mercado de proteínas.
“Nós já estamos sentindo seu efeito: os preços estão aumentando”, ressaltou.
Além disso, o executivo informou que a Tyson está negociando com representantes do varejo reajuste do preço da carne tendo em vista q queda na oferta.
Na Bolsa de Chicago, a cotação dos suínos teve um incremento de 52% desde o início de 2019. Já o preço da carcaça registrou uma alta de 23%, segundo o USDA. No atacado dos Estados Unidos, a tendência é que as referências aumentem. O analista Jeremy Scott, da Mizuho Securities, estima valorização da carne de mais de 15%.
As empresas como o McDonald’s e Burger King podem ser afetadas com a diminuição da oferta e o aumento dos preços, por isso as redes de fast food já anunciaram reajustes. Conforme apontou o CFO do McDonald’s, Kevin Ozan, que espera uma alta de 3% nos preços dos lanches por conta da valorização nas cotações das proteínas animais.
No caso da maior franqueadora do Burger King nos Estados Unidos, a Carrols Restaurant Group Inc., afirmou que está pagando US$ 2,17 por libra de carne contra US$ 1,99 desembolsados nos três meses iniciais de 2019. Com isso, a empresa projeta aumento de 1% nas mais de mil lojas franqueadas.
De acordo com as informações da Dow Jones Newswires, apesar das incertezas sobre o número exato de suínos que serão abatidos na China – o USDA afirma que o governo chinês entrega números incompletos sobre o assunto -, o mercado de varejo dos EUA compara a crise atual a vividas no passado. Entre 2013 e 2014, por causa de um vírus, milhões de leitões morreram nos Estados Unidos e os preços da carne aumentaram 12% naquele ano.
Fonte: Notícias Agrícolas